O receio da edição pós-pandemia transformou-se em enchentes consecutivas, com a meta dos 600 mil visitantes ultrapassada na festa das diversões que termina hoje.
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A Feira de Março, que termina esta segunda-feira, no Parque de Exposições de Aveiro, superou as expectativas dos comerciantes e ajudou o público a matar saudades de um certame que sofreu um interregno de dois anos devido à pandemia. A Câmara estima que mais de 600 mil pessoas passaram pelo recinto ao longo do último mês.
"Correu bem. Não estava à espera de tanto movimento", contou ao JN Maria Taveira, enquanto cortava farturas. Depois de quase "dar em maluca" em casa, sem ter eventos para fazer durante dois anos, devido à covid-19, a feirante de Santa Marta de Penaguião não escondia a satisfação. Ela e os restantes 15 colaboradores não tinham mãos a medir para dar vazão aos clientes.
Quando a Feira arrancou, havia esperança, mas também alguns receios. Mas estes últimos depressa se dissiparam, quando Maria constatou que até "os lares e escolinhas" retomavam o hábito antigo de visitar a feira, o que "ajudou muito ao negócio".
Hoje, a autarquia ainda não tinha fechado as contas ao número de visitantes, mas, Ribau Esteves, presidente da Câmara, adiantou que "o balanço é muito positivo. Não há memória de uma Feira de Março tão participada, tão boa para os operadores comerciais e com tanta gente nos dias pagos e nos livres". "O nosso número esperado, de 600 mil pessoas, está seguramente muito ultrapassado", apontou, garantindo que esta foi "uma edição que fica na nossa história".
"Foi bom", corroborou Tiago Lopes, que vende cachorros quentes e outros snacks numa roulotte. "Não sabíamos como as pessoas iam reagir, depois de dois anos de pandemia, mas superou as expectativas", disse.
"O pessoal tem aderido", confirmou Teresa Silva, comerciante de Guimarães que vende utensílios de cozinha e conta quatro décadas de presença regular naquele certame.
Margarida Pinto, que se deslocou propositadamente de Ovar, contou que a família tinha a tradição de ir todos os anos à Feira de Março e, durante a pandemia, sentiram "falta". Os enchidos sobre a mesa fizeram as delícias da filha, Íris, e foram o principal atrativo para a família percorrer "mais de 30 quilómetros" de distância, explicou. A filha, reforçou ainda Margarida, fez mesmo "questão de vir".