Uma Garganta sem voz móvel nas intermitências da morte anunciada do Interior
Portugal tem uma cobertura "robusta" de rede móvel e Internet, que chega a 99,9% da população. Mas na casa decimal entaipada para o Mundo, há aldeias como Arnal ou Garganta, e pessoas como Soledade, Rúben, Júlia ou Carlos Peixoto, que se sentem desamparados quando saem de casa.
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Os passos de Maria Soledade são puxados a chuva no regresso a casa. "Fui ali à vizinha telefonar ao meu filho, que o telefone está avariado há quase uma semana e não aparece ninguém para o arranjar", conta. Os laços entre vizinhos ligam a aldeia de Garganta, em Sabrosa, ao Mundo. "Aqui não há rede. O meu filho, quando cá vem, ou vai lá acima ao pé do poste de alta tensão ou ali abaixo a um descampado para usar o telemóvel", explica.
