O Sindicato dos Médicos apelou, este sábado, à administração para "pelo menos avisar o INEM" da incapacidade de resposta do serviço de Urgência do Hospital de Loures, devido ao excesso de doentes e falta de clínicos. A espera por atendimento chegou a atingir as oito horas.
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O Sindicato Independente dos Médicos apelou, este sábado, ao Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, para avisar "pelo menos" o INEM para não reencaminhar para ali doentes, porque os médicos já estão incapazes de responder à situação vivida nas urgências.
Num documento interno, a que a agência Lusa teve acesso, o diretor clínico do HBA faz um apelo às equipas para agilizarem este sábado as altas de internamento e apela aos médicos para darem a sua colaboração no Serviço de Urgência Geral (SUG).
"Em face da situação vivida no Serviço de Urgência Geral, de todo o risco e penosidade que se reconhecem, face ao elevado número de doentes que aí permanecem, a Direção Clínica, e em paralelo com todas as iniciativas tomadas a nível da instituição e das entidades competentes, no sentido de obter a mitigação da situação, solicita o esforço possível a todos os colegas no sentido da agilização de altas de internamento, por forma a admitir os doentes que permanecem no SUG", lê-se no documento.
Médicos exaustos e desmotivados
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explicou que, além das necessidades das pessoas que ocorrem à urgência externa - ao final da manhã desta sexta-feira - o tempo de espera chegou quase às oito horas, as "equipas de urgência depauperadas têm de acompanhar cerca de 100 doentes que neste momento estão no serviço da observação".
Segundo Jorge Roque da Cunha, estes doentes necessitam de cuidados médicos, de serem internados nas enfermarias dos hospitais e não têm resposta por parte dos serviços porque estão "completamente lotados".
Além disso, vincou, "os próprios serviços de medicina do HBA já têm cerca de metade dos médicos que eram necessários, já que nos últimos meses saíram cerca de 27 internistas".
Os médicos estão "exaustos e desmotivados porque a resposta do conselho de administração é dizer que está tudo bem, que está tudo ótimo, que está tudo excelente e isso não é aceitável", criticou.
A Lusa contactou o Hospital Beatriz Ângelo, mas não foi possível obter resposta