<p>Antes de mandar alguém às urtigas, com sentido pejorativo, vá no próximo fim-de-semana a Fornos de Algodres e aproveite para esmiuçar a que é conhecida como a "planta das mil virtudes". Depois, talvez deixe de mandar, para ir pelo próprio pé à procura delas.</p>
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Esta é a tese defendida pela Confraria da Urtiga e pelo Município de Fornos de Algodres no momento em que, sob a fórmula da parceria, anunciam as V Jornadas de Etnobotânica e II Fim-de-Semana da Urtiga. Eventos que decorrem a partir de amanhã e até domingo naquele concelho serrano.
A urtiga nasce espontaneamente em campos incultos de norte a sul do país. Diz quem a conhece bem, que é uma planta rica e versátil. A sua utilização é tão vasta que vai desde a fertilização de solos até às indústrias têxtil e farmacêutica.
No próximo fim-de-semana, com o contributo de investigadores de nomeada nacional e internacional, que estarão em Fornos de Algodres, o enfoque das jornadas irá centrar-se na importância da planta silvestre ou bravia na gastronomia local.
"Já antes preparada e consumida, nesta, como noutras regiões do país, onde se conhecem o "esparregado de urtigas" ou o "caldo dos pobres" e o "caldo de urtigas", esta planta foi ingrediente essencial de muitas receitas em períodos de fome", sustenta Manuel Paraíso, da Confraria da Urtiga.
O evento do fim-de-semana, aberto a todos os interessados na temática urticante, inclui exposições, oficinas, artesanato, saídas de campo, workshops, teatro, música, poesia e gastronomia.
Destaque ainda para a participação de alguns dos maiores especialistas no assunto. É o caso de Bernard Bertrand da associação francesa "Les Amis de L'ortie" que apresenta o "Herbário Erótico", do mestre de cozinha Martin Álvarez e do homeopata Tony Conway, entre outros. Um pretexto para ir à "capital da Urtiga".