Uso de cabo não certificado no Elevador da Glória leva a demissão de diretor
Investigação ao acidente do Elevador da Glória aponta para falhas nos materiais. Carlos Moedas e Carris descartam responsabilidades diretas. Diretor de manutenção foi demitido.
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O relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) sobre o acidente do Elevador da Glória, que a 3 de setembro causou 16 mortos, refere que o cabo que unia as duas carruagens do equipamento "não estava conforme com a especificação da Carris, nem certificado para utilização em instalações para o transporte de pessoas".
No documento ontem publicado, o GPIAAF especificou que o cabo em causa "não era indicado para ser instalado com destorcedores nas suas extremidades, como é o sistema no ascensor da Glória". E que o uso de cabos "multiplamente desconformes" com as suas condições de utilização "deveu-se a diversas falhas acumuladas no seu processo de aquisição, aceitação e aplicação pela Companhia Carris de Ferro de Lisboa".