Um grupo de utentes da ligação rodoviária em transporte público entre Viana do Castelo e Porto acusou hoje a câmara de Viana do Castelo de provocar “o caos” e reclama uma reunião com o autarca, Luís Nobre, para esclarecer várias questões relacionadas com o apoio às deslocações pendulares entre aquelas duas cidades.
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A posição dos utentes surge numa altura em que o grupo AVIC suspendeu algumas linhas que considera “deficitárias” em termos de exploração do transporte urbano e interurbano no concelho de Viana do Castelo, como forma de protesto pela não atualização dos valores dos apoios públicos à operação. Um serviço que a autarquia liderada por Luís Nobre anunciou, em comunicado, que decidiu assegurar com autocarros próprios.
Contactada pelo Jornal de Notícias, fonte da câmara de Viana do Castelo informou que o autarca não pretende prestar declarações sobre o referido comunicado.
“A incapacidade da câmara municipal de Viana do Castelo gerir a rede de transportes municipais, de articular com a CIM Alto Minho a rede de transportes regionais e com as CIM vizinhas a rede de transportes inter-regionais levou a situação dos Transportes Públicos (TP) no concelho a um ponto de rutura e colapso, sendo os utilizadores e a população os principais prejudicados”, escrevem os utentes na nota divulgada à imprensa e que inclui uma carta aberta a Luís Nobre, da qual dão conhecimento também aos outros autarcas do distrito de Viana do Castelo, Esposende e Porto, e às CIMs do Alto Minho e Cávado e Área Metropolitana do Porto.
Na missiva, questionam o presidente da câmara de Viana, sobre o modelo de reembolso a adotar pela autarquia, agora que “a empresa A.V. Minho, concessionária da única carreira de transporte público com horários e regularidade compatíveis com a deslocação pendular entre Viana do Castelo e Porto, acaba de anunciar que, a partir de 02.05.2024, cessa o apoio municipal aos utentes passando o bilhete a custar 6,50 euros o que significa um gasto mensal de 286 euros, na maioria dos casos acrescido de 30 ou 40 euros do passe andante para deslocações na região do Porto”.
Este grupo de utentes tem contestado “a redução do apoio financeiro [da câmara de Viana] nas deslocações Viana – Porto, passando de 88euros/mês, em 2023, para 171,60euros/mês em 2024”. E agora também a “supressão do desconto direto na aquisição de passes e bilhetes durante o mês de maio, obrigando os utilizadores a solicitar fatura ao operador e, posteriormente, reembolso à câmara, com especial prejuízo dos utilizadores seniores”. E a “supressão de linhas e redução de horários dos autocarros urbanos e suburbanos a partir de 13.06.2024” pelo grupo AVIC.
No caso da ligação Viana – Porto, indica como exemplo positivo, o município de Esposende, que “reconhecendo a falta de alternativas e necessidade de promover efetivamente a utilização de transporte público, manteve o seu apoio inalterado, registando com sucesso o aumento contínuo de utilizadores, com um custo de bilhete de 2 euros - mensal de 88 euros”.