A tradição da Vaca das Cordas regressou esta quarta-feira em força a Ponte de Lima, enchendo a vila de gente e provocando alguns feridos entre os muitos que se atreveram a enfrentar o animal.
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Segundo Aníbal Varela, da associação "Defensores da Tradição da Vaca das Cordas de Ponte de Lima", em cerca de uma hora e meia, dois jovens tiveram de ser assistidos após terem sido atingidos pelo touro com cerca de 500 quilos. De resto, a localidade foi invadida de gente sedenta de folia para assistir ao regresso da tradicional corrida que foi interrompida há dois anos pela pandemia.
"Está muita gente. Há 'fome de festa' e o touro está-se a comportar. É bravo que chegue e sobra. Tem havido acidentes. Pelo menos dois jovens foram para o hospital, mas isso faz parte, senão dizem que o touro não presta", descreveu Aníbal Varela, enquanto o animal ainda corria no areal de Ponte de Lima desafiado pela multidão.
O Comandante dos Bombeiros de Ponte de Lima, Carlos Lima, confirmou a existência de "dois feridos leves", disse ao final da tarde ao JN.
Ao cair da noite, a chuva acabou por desmobilizar "a tourada" já no areal da vila. "Foi pena, mas estou satisfeito. Este ano está feita a festa", disse Anibal, que se encarrega todos os anos de ir escolher um animal para a Vaca das Cordas, a Montemor-o-Velho.
Manda a tradição que o touro dê três voltas à igreja Matriz, seja banhado com vinho tinto e depois seja largado pelas ruas (sempre preso por cordas), para ser "toureado" por populares. É tradição alguns irem parar ao hospital, sinal da bravura do bicho.
Anibal Varela substituiu na função de organizador o seu avô. Alcindo Dantas, antigo jogador profissional do Sporting Clube de Braga, conhecido por "Taretas", que esteve à frente da organização durante 60 anos.
Após o "toureio" do animal, os foliões permanecem em Ponte de Lima e ficam pela noite dentro a beber e a dançar nas ruas e bares da vila.