Valentim Loureiro apresentou, esta quinta-feira de manhã, o relatório de contas da Câmara de Gondomar em tom de despedida. A vereadora e sua filha, Daniela Himmel, anunciou a retirada da política ativa, embora o seu nome esteja na lista do candidato Fernando Paulo.
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Daniela Himmel afirmou estar a elogiar o presidente e não o pai, e falou emocionada, "de uma pessoa que engrandeceu todos os lugares por onde passou". Depois, anunciou que vai retomar a sua carreira de professora universitária e psicóloga, interrompida quando se tornou vereadora na Câmara Municipal.
O anúncio, feito durante a reunião do Executivo desta manhã, contraria o que afirmou, esta semana, o candidato à Câmara pelo Movimento Valentim Loureiro - Gondomar no Coração, Fernando Paulo, que a apresentou como número três da sua lista. "Isto desfaz aqueles boatos que andam para aí venenosamente semeados, de que eu vou perpetuar-me aqui na Câmara através da minha filha. Não há possibilidade disso, porque ela não é candidata", disse Valentim Loureiro.
"Finanças saudáveis"
"Esta é uma câmara com finanças saudáveis", declarou o presidente da Câmara de Gondomar há cinco mandatos consecutivos, três eleito pelo PSD e os últimos dois pelo movimento independente Gondomar no Coração. Valetim Loureiro apresentou as contas de 2012 ao Executivo sob a forma epistolar, com o título de "mensagem do presidente", onde agradece a todos os vereadores e funcionários municipais.
Começou por destacar a disponibilidade de tesouraria de mais de nove milhões de euros, para depois decompor a dívida de 115 milhões de euros. "Cerca de metade deste passivo é uma dívida à EDP, que resultou de faturação não paga referente a energia fornecida entre 1978 e 1988", declarou. "É uma dívida que vinha das câmaras que antes estiveram aqui", sublinhou.
Explicou que, após negociação com a EDP, o valor foi fixado em 68,136 milhões, dos quais foram já amortizados 16,758 milhões. Afirmou ainda que o que falta receber do Estado relativo ao Programa Polis - 1, 475 milhões de euros - será entregue à Câmara nos próximos três anos, em tranches anuais de 630 mil euros.
"Não temos empresas municipais para esconder dívida", disse, declarando que a única que existe - o Multiusos de Gondomar - dá lucro. Falou ainda da construção de quase 2600 habitações municipais, de seis centros escolares, o reforço dos apoios sociais e de investimentos como o Parque Tecnológico e de Negócios de Ourivesaria de Gondomar.
Valentim Loureiro recebeu de volta elogios de todos os partidos do Executivo. Justino Santos, do PS, gabou-lhe "o sentido político e sentido de justiça". "Conseguimos rapidamente curar aquelas pequenas feridas depois das eleições de 2009 e tivemos aqui uma posição construtiva", disse Rui Quelhas, do PSD. Recorde-se que o major ainda não confirmou se irá ou não candidatar-se à Assembleia Municipal.