A variante à Estrada Nacional 14 (EN 14), entre Famalicão e a Maia, cujo último troço abriu esta sexta-feira ao trânsito, vai reduzir o tempo que os camiões demoram a chegar às plataformas logísticas e “facilitar” a circulação de e para a Continental.
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A convição nesta melhoria é de Pedro Carreira, administrador da fábrica de pneus Continental, situada em Lousado, Famalicão, que viu esta sexta-feir concretizada uma reivindicação de décadas.
“Mais do que por nós, pugnamos pela defesa das pessoas que chateamos quando bloqueamos as estradas com camiões”, diz o administrador.
A variante à congestionada EN14 foi reivindicada por mais de três décadas, tendo sofrido avanços e recuos ao longo dos anos. Pedro Carreira lamenta o tempo que a obra demorou a ser concretizada, o que fez com que a Continental perdesse alguns projetos para outros países que foram “mais ágeis”. “35 anos a pugnar acessos num país que tem autoestradas e variantes para todo o lado! Ficamos abandonados a um destino esquisito”, atirou, notando que os impostos anuais que pagam financiavam a totalidade da obra.
A totalidade da variante custou cerca de 50 milhões de euros e foi financiada pelo PRR. O troço agora aberto ao trânsito entre Trofa e a zona de Santana, em Ribeirão, Famalicão, inclui uma nova ponte sobre o rio Ave e vai ajudar a retirar alguns dos ai de 22 mil veículos que atravessam diariamente a EN14.
Ajudar quem produz valor
Também o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, que assinalou a abertura do último troço da via, considerou que não se pode demorar “tanto tempo” a concretizar este tipo de obras. “São dois concelhos centrais [Trofa e Famalicão] no valor acrescentado bruto do país”, disse. “Temos de ajudar os que produzem valor acrescentado”, acrescentou, referindo que se não for criada riqueza não é possível continuar a investir.
“Sem infraestruturas capazes, robustas, não há economia que funcione”, disse. E na resposta ao repto lançado pelo presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, no sentido de ser criado um nó de acesso à A7, em Fradelos/Balasar adiantou que foi nomeada uma comissão para estudar as concessões rodoviárias e perceber a prioridade de cada nó.