Vários alunos da Escola Básica Coca Maravilhas, em Portimão, no Algarve, estão infetados com hepatite A. A situação está a preocupar pais e encarregados de educação, que se queixam de falta de respostas por parte da direção do estabelecimento de ensino.
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O JN apurou que o primeiro caso foi detetado num aluno que vive numa barraca e que não vai às aulas desde meados de fevereiro. A doença acabou por se alastrar, deixando apreensiva a comunidade escolar. Algumas mães utilizaram as redes sociais para manifestar preocupação e acusar a escola de “encobrir” e “ocultar” informações. Garantiram já ter contactado a direção e que não obtiveram respostas.
Contactada pelo JN, a Direção-Geral de Saúde (DGS) confirmou a existência de “quatro casos” detetados em “crianças que frequentam o mesmo estabelecimento escolar, em Portimão”. A transmissão acabou por ocorrer “no ambiente familiar dos casos que residem no mesmo bairro de Portimão, numa área constituída por habitação precária, sem água potável e saneamento”, acrescentou a mesma fonte.
Adiantou, ainda, que “estão clinicamente estáveis, não internados, e em evicção escolar”. O que significa que estão a faltar às aulas, ao abrigo de uma medida sanitária obrigatória, na fase final da doença, para evitar o aumento do número de casos, atendendo a que se trata de uma doença com elevado risco para a saúde pública.
De acordo com os dados fornecidos pela DGS, ao JN, desde o início do surto de hepatite A no Algarve, em agosto 2024, foram “notificados, até ao momento, um total de 52 casos nos municípios de Faro, Olhão e Portimão”, tendo sido “administradas gratuitamente 261 vacinas pós-exposição a coabitantes e familiares próximos”. Só desde “o início de fevereiro de 2025 até à presente data foram notificados 7 casos de hepatite A na região do Algarve, com relação de parentesco entre si”. Os mais recentes são os quatro alunos da escola Coca Maravilhas.
Apesar das várias tentativas, não foi possível obter esclarecimentos por parte da direção da escola.