<p>Uma vela acesa pode ter estado na origem do incêndio que esta quarta-feira vitimou um casal holandês, no parque de Campismo de Quarteira. O fogo, seguido de explosão, deflagrou dentro da caravana das vítimas.</p>
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Os corpos dos dois turistas, que se encontravam de férias no Algarve, foram encontrados na parte traseira da rulote no sentido oposto ao do quarto, o que leva a crer que as vítimas, ambas com cerca de 70 anos, tentaram ainda abandonar o local. Ter-se-ão apercebido das chamas, que começaram por volta das 6.30 horas, mas foram apanhados pela explosão que se seguiu e acabaram por morrer carbonizados. Alguns dos 200 utentes e funcionários do parque ainda tentaram apagar as chamas, mas já nada puderam fazer para evitar a tragédia.
Há relatos de que, quando a caravana estava a arder, o casal pediu ajuda, mas quando tentou abrir as janelas, as chamas ganharam ainda mais força devido à entrada de oxigénio. "Ainda se partiram as janelas para tentar ajudá-los, mas não foi possível", lamentou o gerente do empreendimento, José Luís Chaves. Peter Carlmat, um inglês que ali passa férias, recorda-se de ter ouvido "uma forte explosão" e sentido a sua caravana "a vibrar". Mas só se apercebeu da dimensão do sucedido quando ouviu as sirenes dos bombeiros.
O casal de reformados era conhecido e bastante querido no parque. De tal forma que ontem quase ninguém aceitou falar aos jornalistas. Todos se mostraram abalados com a tragédia. Há cerca de seis anos que ali passavam ali as férias de Inverno. Faziam-no por temporadas de três a quatro meses. Desde Janeiro que estavam alojados naquele espaço e tinham saída prevista para Abril. A caravana era permanente e tinha um avançado e uma cozinha.
Elementos da Directoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ) analisaram a rulote, que ficou completamente reduzida a cinzas. As primeiras peritagens afastam o cenário de crime, apurou o JN. Segundo relatos de utentes que conviviam com as duas vítimas, era hábito deixarem uma vela acesa. "As botijas de gás estão intactas", referiu o gerente, garantindo que "tudo estava bem com o sistema eléctrico" do parque. Quanto à explosão que se ouviu assegura ter sido provocada pelo rebentamento dos pneus da caravana. Só depois de a PJ ter dado as peritagens por concluídas é que os corpos foram removidos. Os responsáveis do parque de campismo informaram a Embaixada da Holanda que, contactada pelo JN, assegurou ter dado conhecimento ao Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país para que localizasse e informasse os familiares das vítimas. O fogo foi combatido em cerca de meia-hora por nove homens apoiados por dois veículos.