Está proibida a venda de aves e ovos nas feiras e mercados das 21 freguesias de Vila do Conde. A medida surge na sequência de um foco de gripe das aves detetado na passada quinta-feira numa exploração caseira de galinhas e frangos em Gião. A circulação de aves, ovos e carne fresca de aves provenientes dos concelhos de Vila do Conde, Póvoa, Trofa, Maia e Matosinhos está também interdita até ao dia 3 de abril.
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Desde 30 de novembro, a gripe aviária já obrigou ao abate de quase 230 mil aves em Portugal. Foram detetados 18 focos de infeção. O de Vila do Conde é o primeiro a norte.
Após a deteção do caso, foi feita já a notificação das explorações com aves nas zonas de proteção (num raio de três quilómetros) e de vigilância (10 quilómetros) em redor do foco, abrangendo áreas dos cincos concelhos.
Em Vila do Conde, a Câmara ativou o Plano de Contingência para a Gripe Aviária e, em Gião, fez uma sessão de esclarecimento à população. Todas as aves devem, agora, estar confinadas nas capoeiras. É proibida a venda de aves e ovos caseiros nas feiras e mercados e, por precaução, foi encerrado temporariamente o Parque João Paulo II, onde habitualmente vivem aves selvagens.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) pede ainda a todos os criadores que reforcem "a biossegurança e as boas práticas de produção avícola" e evitem "contactos diretos ou indiretos entre as aves domésticas e as aves selvagens". Em caso de suspeitas de infeção, a DGAV deve ser imediatamente avisada, a fim de se evitar a disseminação da doença.
Por ordem da DGAV, está proibida a circulação de aves, ovos e carne fresca de aves proveniente de explorações ou matadouros localizados nos concelhos de Vila do Conde, Póvoa, Trofa, Maia e Matosinhos, o repovoamento de aves cinegéticas, bem como a realização de feiras, mercados, exposições e outros ajuntamentos de aves. A medida termina a 3 de abril, mas o período pode ainda vir a ser alargado.
A gripe aviária é uma doença infeciosa viral que atinge aves selvagens e de capoeira e que, sendo de alta patogenicidade (GAAP) como a que tem sido detetada em Portugal, provoca doença grave e tem taxas de mortalidade que podem chegar aos 100% em 48 horas. Algumas estirpes podem infetar outros animais e também o ser humano.
Primeiro foco em Palmela
O primeiro foco de gripe aviária foi detetado a 30 de novembro numa capoeira doméstica no concelho de Palmela. Desde então, foram já detetados mais 17 focos do subtipo H5N1 nos distritos de Lisboa, Setúbal, Leiria, Santarém, Beja, Faro e Porto.
Cinco focos em aves selvagens
Dos 18 focos detetados, cinco são de aves selvagens e 12 de aves em explorações domésticas e comerciais.
Quase 230 mil aves mortas
Até ao final da semana passada, tinham já morrido ou sido abatidos 228.484 animais infetados nos vários focos detetados em Portugal, entre galinhas, perus, patos, gansos, gaivotas e faisões e cegonhas.