Na apresentação do Plano Municipal de Saúde de Gaia, esta quinta-feira, Eduardo Vítor Rodrigues disse, num tom irónico, que na descentralização o Estado fez uma “maldade”, ao transferir verbas insuficientes para as autarquias. “Os compromissos financeiros ficam aquém das necessidades”, afirmou.
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A apresentação decorreu no Auditório Manuel Menezes de Figueiredo, perante uma plateia repleta, onde, entre outros, estava Ana Sottomayor, diretora executiva do Plano Nacional de Saúde.
O presidente da Câmara de Gaia acrescentou que também com a delegação de competências nas áreas da Educação e da Ação Social resultaram numa brutal “pressão” para o município, que hoje conta com 3800 funcionários. “Ainda há muito para fazer nas infraestruturas”, concluiu.
Em termos de atuação, entre as “áreas prioritárias” do Plano Municipal, segundo Elisabete Ramos, do Instituto de Saúde Pública (ISPUP), constam as alterações climáticas; o excesso de peso e a obesidade; a saúde mental; o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), assim como a tuberculose; e doenças transmitidas por vetores e zoonoses (doenças infeciosas transmitidas entre animais e humanos).
“Estão com uma tendência crescente, importa prevenir antes que se torne mais difícil tratar”, referiu, sobre as DST, considerando que uma das medidas poderá passar por "facilitar o acesso a rastreios".
"Campanha de combate ao tabaco"
Luís Matos, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Gaia/Espinho, confiou que dentro de “três anos” a cobertura por parte dos médicos de família chegará a “100%” do território. Agora, é de “98,5%”.
Adiantou que, em breve, arrancará uma “campanha de combate ao tabaco” e que o hospital mantém a intenção de ter um “novo edifício” para acolher áreas “que estão menos bem”.
Também reiterou a pretensão de obter a certificação de Unidade Local de Saúde Universitária para o hospital. Neste momento, Gaia/Espinho já tem uma parceria com a Universidade de Aveiro.