Vereador acusa autarca do Marco de Canaveses de usar recursos públicos para fins partidários
A reunião pública da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, realizada esta sexta-feira, ficou marcada por fortes acusações do vereador independente Bruno Magalhães à presidente da autarquia, Cristina Vieira, atualmente ausente em missão oficial na Madeira. Autarca fala em "forma populista de tentar fazer política".
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Durante a sessão, Bruno Magalhães denunciou o alegado uso indevido de recursos municipais para fins partidários e pessoais. Entre as acusações, apontou a utilização do carro de serviço e do telefone institucional em deslocações relacionadas com o Partido Socialista, nomeadamente no congresso da Federação do PS/Porto, realizado em Penafiel, em outubro de 2024. “Há portagens pagas com dinheiros públicos e há mensagens de teor partidário trocadas do telefone da presidente”, afirmou.
O vereador referiu ainda que ingressos para um almoço de campanha do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, terão sido levantados no gabinete presidencial da Câmara. Acrescentou que a imagem usada em outdoors políticos da presidente é a mesma divulgada na revista institucional da autarquia, o que, na sua ótica, configura uma sobreposição entre comunicação pública e propaganda partidária.
Bruno Magalhães voltou também a exigir, “pela enésima vez”, a entrega de documentação relativa ao seu mandato enquanto vice-presidente, da qual disse estar a ser impedido de aceder desde a sua exoneração há três anos. "Se não for entregue", avisou, "terei de me socorrer junto das instâncias judiciais".
A reunião foi conduzida pelo vice-presidente Nuno Pinto, que, perante as acusações, afirmou que o vereador deve “acionar os mecanismos legais” caso disponha de provas concretas. Pinto sublinhou ainda que a solicitação de documentos deverá ser feita diretamente à presidente da Câmara.
Também o vereador Francisco Vieira (PSD), recentemente eleito deputado, expressou preocupação com a alegada confusão entre funções autárquicas e partidárias, reiterando críticas sobre a comunicação institucional da Câmara. Lembrou ainda que o PSD apresentou uma queixa semelhante há quatro anos junto da Comissão Nacional de Eleições, que foi posteriormente encaminhada para o Ministério Público.
Contactada pelo JN, a Assessoria de Imprensa da presidente da Câmara do Marco de Canaveses reagiu às acusações, rejeitando-as e criticando o autor das denúncias. "O senhor vereador Mário Bruno Magalhães já nos habituou à sua forma populista de tentar fazer política, que é frequentemente levantar suspeitas contra tudo e todos. E foi exatamente o que aconteceu hoje. Desafiado a apresentar dados concretos sobre as alegadas irregularidades, não foi capaz de concretizar nenhuma", afirmou a assessoria.