Vereador apresenta queixa-crime contra presidente da Câmara de Paços de Ferreira
O vereador do PSD Joaquim Pinto vai avançar com uma queixa-crime contra o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito.
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Em causa está, tal como o JN avançou na sexta-feira, a troca de acusações entre PS e PSD, provocada pelo número de acidentes rodoviários verificado no concelho, que levou o edil socialista a afirmar, nas redes sociais, que "o vereador Joaquim Pinto está a ser investigado pela Polícia Judiciária por atos praticados no seu mandato enquanto vereador, no ano de 2006". "Como senti que o meu nome foi posto em causa, as palavras do presidente Câmara irão ser objeto da devida ação judicial", reagiu o vereador, em declarações ao JN.
400 acidentes num ano provocam troca de acusações
Um comunicado do PSD, emitido nesta semana, pede ao Executivo Municipal socialista que adote medidas de segurança rodoviária urgentes. O apelo surgiu depois dos social-democratas terem contabilizado, com recurso a dados "obtidos junto de fontes oficiais", 400 acidentes rodoviários nas estradas do concelho, no ano de 2017. Segundo o PSD, entre estes acidentes registaram-se 16 atropelamentos, dos quais resultaram um morto, dois feridos graves e 22 feridos ligeiros. "Até à presente data, no ano de 2018, já ocorreram mais de 100 acidentes de viação, nos quais 8 tiveram o atropelamento de peões, tendo resultado 1 ferido grave e 8 ligeiros", lê-se no comunicado tornado público. Nessa contabilidade, o PSD não incluiu o "atropelamento grave ocorrido na passada terça-feira, em Eiriz, de um menino de 10 anos, quando saía da sua escola".
Em resposta enviada ao JN, o Executivo Municipal lamentou "a esquizofrenia política dos dirigentes locais do PSD de Paços de Ferreira, no reiterado aproveitamento de tragédias com um único propósito: atingir, desacreditar e ferir a honorabilidade, o trabalho sério e competente, de Humberto Brito e do Executivo". A Câmara pacense alegou, ainda, que "a atitude do PSD só denota a falta de vergonha de Joaquim Pinto e do PSD" e defendeu que, "não há muito tempo, dirigentes do PSD tiveram o despudor de se aproveitarem de um acidente rodoviário, onde lamentavelmente faleceu uma pessoa, para afiarem as lâminas contra Humberto Brito e o Executivo Municipal".
Ao mesmo tempo, o próprio Humberto Brito escreveu, como "Direito de Resposta ao comunicado do PSD", que o "vereador Joaquim Pinto está a ser investigado pela Polícia Judiciária por atos praticados no seu mandato enquanto vereador, no ano de 2006". "Desconheço em absoluto qualquer tipo de investigação", assegura o visado, que garante a apresentação de uma queixa-crime contra o presidente da Câmara.
Email da Polícia Judiciária
Já na tarde deste sábado, Humberto Brito tornou público, novamente através do Facebook, um email, no qual a "Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ)" refere que está em curso uma averiguação preventiva "destinada a averiguar indícios da prática do eventual crime de participação económica em negócio, relacionado com os processos de reequilíbrio económico-financeiro da concessão e/ou de revisão contratual relativos ao Contrato de Concessão de Exploração e Gestão dos Sistemas de Abastecimento de Água para Consumo Público e de recolha, tratamento e rejeição de efluentes do Concelho de Paços de Ferreira (vulgo PPP Águas), celebrado entre esse Município e a empresa AGS Paços de Ferreira SA, em 30-06-2004". No mesmo email, a PJ terá solicitado o envio de documentos e outros esclarecimentos relacionados com o processo. "Quem não deve não teme. Não sou eu que vou ter de responder... não era eu o vereador do Ambiente em 2006", diz Humberto Brito, no final da publicação.