Paulo Esteves Ferreira, vereador da Câmara Municipal de Valongo, fez um pedido para passar a exercer funções na Autarquia em regime de meio tempo para, em simultâneo, abraçar uma atividade profissional no setor privado. A pretensão foi concedida pelo executivo e isso já vem a acontecer desde o dia 1 de Janeiro de 2023. Na Câmara, assume os pelouros das Obras Municipais, Financiamentos Comunitários e Mobilidade; Licenciamento de Obras Particulares; e Desporto.
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Em comunicado, o PSD Valongo refere que embora esta situação seja "legítima" e esteja "prevista na lei" é preciso garantias da "compatibilidade da atividade profissional com os superiores interesses do Município de Valongo", questionando se estas novas funções "não poderão beliscar a confiança dos valonguenses" no vereador e se Paulo Esteves Ferreira continuará a ter a "idoneidade" necessária.
"Infelizmente, nos últimos tempos, temos assistido a uma cascata de casos condenáveis, protagonizados por governantes no exercício de cargos públicos", o que obriga "a uma particular atenção no escrutínio que a oposição deve conduzir de forma a assegurar que a gestão do Município respeita os valores da transparência", alega o presidente da comissão política do PSD, Hélio Rebelo. Pergunta ainda se meio tempo é suficiente para pelouros de relevo como os que estão em causa: Obras Municipais, Financiamentos Comunitários e Mobilidade, Licenciamento de Obras Particulares e Desporto.
Questionada, a Câmara de Valongo garante que "sendo legal e não existindo qualquer conflito de interesses nem incompatibilidades, foi decidido atender ao pedido e manter a total confiança no trabalho" do vereador. Adianta ainda que "a entidade com a qual o senhor vereador irá colaborar é a IPSS Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade do Porto, com a qual o Município de Valongo não tem, nem nunca teve qualquer tipo de relação".
Em reunião de executivo, Paulo Esteves Ferreira, vereador desde 2017 (e antes adjunto do presidente da Câmara desde 2013) explicou que se orgulha de "ter os setores que acompanha "a funcionar em velocidade cruzeiro". "Visto que não sou político profissional, percebi que reúno condições para conciliar as minhas responsabilidades políticas com o exercício de funções profissionais privadas". "Nunca deixarei ficar para trás as responsabilidades que assumi neste mandato e continuarei com o mesmo entusiasmo e dedicação a assumir as minhas funções autárquicas sempre na defesa dos interesses de Valongo e dos valonguenses", refere o autarca, que está agora a meio tempo.