O vereador eleito pelo Chega na Câmara Municipal de Sesimbra, Márcio Souza, anunciou esta quinta-feira a demissão do partido, com o qual está "em desacordo total", e mantém-se como independente. Em reação, o Chega diz que o vereador já ia ser expulso.
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Numa publicação na sua conta pessoal de Facebook, o vereador da Câmara Municipal de Sesimbra e coordenador do Núcleo Concelhio do Chega, Márcio Souza, anunciou que deixou o partido: "É meu dever comunicar a todos os sesimbrenses, principalmente aqueles que em mim votaram nas últimas eleições autárquicas, que a saída do partido Chega é uma realidade".
Márcio Souza justifica a decisão com o "desacordo total com a forma de atuação do partido, nomeadamente pela Distrital de Setúbal", e garante que vai continuar como vereador independente: "Tudo farei para honrar os compromissos que assumi com a comunidade, de forma a contribuir para a melhoria de vida de todos os Sesimbrenses, sem exceção".
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"Seria expulso", diz o Chega
Contactada pelo JN, fonte oficial do Chega reagiu à demissão dizendo que "não tolerará eleitos com o nome do partido que se vendam aos socialistas e aos comunistas". Neste caso concreto, acrescenta a mesma fonte, "o vereador apenas passa a independente por saber que seria expulso do partido devido à sua conduta imprópria".
Márcio Souza foi eleito vereador com 1805 votos (9,34%) nas eleições autárquicas de setembro passado. No sufrágio, a CDU foi a força política mais votada e elegeu três vereadores. Em segundo lugar ficou o PS, também com três vereadores. O candidato do Chega, apesar de eleito como vereador, é o único dos sete que não tem pelouros atribuídos e mantém-se como sócio-gerente de um estabelecimento de restauração. O JN tentou, sem sucesso, contactar Márcio Souza.
Recorde-se que o Chega elegeu 19 vereadores nas últimas autárquicas e tem atualmente 17, pois perdeu dois. Para além de Márcio Souza, o Chega já tinha perdido a vereadora Cidália Figueira, eleita por Moura. Também neste caso a eleita alegou divergências políticas e o Chega respondeu que a retirada de confiança política já estava em cima da mesa devido a uma alegada aproximação ao PS.