Mais de 24 horas depois do afogamento, o corpo de Vítor Costa foi encontrado nas águas do Douro, junto ao areinho de Avintes, Gaia.
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O cadáver foi detectado, cerca das 17.30 horas de ontem, sensivelmente na mesma zona onde o banhista tinha desaparecido. A emoção tomou conta dos familiares da vítima, que não arredaram pé da praia fluvial durante as operações de busca.
"Ele era o meu amparo, a minha companhia. Foi a primeira vez que viemos para esta praia e vi-o a morrer à minha frente. O pai dele já morreu e agora o Senhor levou-me o meu netinho", soluçava, chorosa, a avó de Vítor, 30 anos, que morava no Bairro do Cerco, Porto. Morreu anteontem, quando tentava recolher da água um remo do barco insuflável em que estava com a companheira.
"Nem uma moto de água que passou logo de seguida conseguiu vê-lo", contou, ao JN, Maria Idalina Sousa, 52 anos, que ontem de manhã acompanhou no areal as operações de busca.
O corpo foi encontrado pelos Bombeiros Voluntários de Avintes e pelos Sapadores de Gaia, cerca das 17.30 horas. Mas só às 19 horas, após a chegada da delegada de Saúde, é que foi transportado para terra. Durante hora e meia, esteve coberto num barco.
"Quisemos evitar o sofrimento da família", explicou Fragoso Gouveia, adjunto da Capitania do Porto do Douro.
"Ele não merecia isto. Tinha dois trabalhos para sustentar a família", desabafou o irmão de Vítor Costa. "Ele foi o primeiro amor da vida dela. Ela está a sofrer muito e ainda vai sofrer mais", acrescentou a mãe de Márcia, companheira de Vítor. "Vi-o a afogar-se ao meu lado, mas não consegui fazer nada", chorava, destroçada, Márcia.
As operações de busca levaram dezenas de curiosos ao Areinho de Avintes. Alguns deles, munidos de bancos para descansar.
Fragoso Gouveia alertou que aquela zona, onde todos os anos há acidentes mortais, é bastante perigosa, apesar de muitas pessoas serem enganadas pela aparência calma das águas.