<p>Pára, arranca. É a dança habitual dos automobilistas na viagem até ao centro da Maia pela EN 14 nas horas de ponta. O tráfego sempre foi intenso, mas a situação piorou desde a mudança de sinalização feita pela Estradas de Portugal. </p>
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O lamento parte do presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, apoiado em centenas de reclamações que, todas as semanas, chegam ao Município pela voz de condutores cansados de enfrentar, diariamente, longas filas de trânsito. A intervenção, realizada pela Estradas de Portugal em Dezembro de 2008, afunilou o acesso ao centro da Maia.
Hoje, a entrada na cidade faz-se apenas por uma via. Antigamente, os automobilistas dispunham de duas faixas em direcção à cidade maiata e só uma rumo ao Porto entre o nó com a EN 13 e o nó Maia Sul da Via Periférica. Para resolver os constrangimentos na circulação em direcção à Invicta, a Estradas de Portugal decidiu inverter a sinalização. Passou a ter duas vias entre Maia/Porto e uma no sentido contrário. Ou seja, aliviou o trânsito na saída da Maia e piorou para os condutores que procuram entrar na cidade.
"São filas de trânsito incalculáveis", critica, ao JN, Bragança Fernandes, certo de que a mudança retirou capacidade de absorção de tráfego neste troço. "Temos recebido centenas de reclamações. porque julgam que aquela estrada é nossa. Às vezes, as filas de trânsito prolongam-se para lá da Makro. Quem sofre são as pessoas que se dirigem para a Maia e para a Trofa ", ressalva o autarca, que comunicou o descontentamento à Estradas de Portugal.
As primeiras cartas foram enviadas em Janeiro, pedindo a correcção do problema que "agravou, de forma significativa, o tráfego na Via Norte no sentido Porto/Maia, entre o viaduto da A4 e a bifurcação com a EN14", como pode ler-se numa das missivas, remetidas pela Autarquia. Os responsáveis da empresa, acrescenta o presidente, disseram que iam corrigir a situação, mas os meses passam e nada de obras.
A Câmara maiata defende o alargamento da estrada nacional e a alteração da sinalização, de modo a abrir duas vias em cada sentido. "Há espaço na berma para colocar duas faixas de rodagem em cada sentido. É uma questão de boa vontade. Assim, podem resolver um ponto negro na entrada da cidade", continua.
O autarca lamenta que o alargamento não tenha sido executado no final do ano passado, quando a empresa realizou obras naquele troço. "Fizeram obras durante o Inverno. Foram feitas a correr. Agora, têm de regressar de qualquer maneira, porque o piso está ondulado", indica. As pinturas no pavimento também não estão bem feitas. Ainda se encontram traços da anterior sinalização da estrada nacional. "Andam há meses a dizer que vêm corrigir o problema. Em Matosinhos, vão fazer um nó para servir a Efacec e, na Maia, não executam uma correcção que já devia ter sido feita há muito tempo. Espero que não estejam a discriminar a Câmara da Maia por ser gerida por maioria PSD", conclui.