Há turistas que saem do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e entram nas composições sem proteção no rosto. Passageiros pedem mais sinalização.
Corpo do artigo
O cartaz colado junto ao elevador da estação de metro do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, indica as regras: a bordo das composições é obrigatório o uso de máscara. No entanto, para alguns dos turistas e emigrantes que saem do aeroporto e entram apressados no metro, a mensagem passa despercebida e acabam por viajar sem colocar o equipamento de proteção individual. Os passageiros da linha Violeta, que liga o aeroporto à Trindade, defendem um reforço da sinalização. Até porque, de país para país, as normas diferem e quem chega "de férias acaba por não ter conhecimento". O JN contactou a Metro do Porto, que promete o "reforço da sinalética, porque a regra é igual para todos".
Sentado na estação, Edy Ferreira espera pela chegada do metro após ter aterrado no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Está sem máscara, à semelhança de outros turistas recém-chegados ao país. "Não vi nenhuma sinalização no aeroporto, nem na entrada do metro [a dar conta da necessidade do uso de máscara]", contou o português, que vive há dois anos no Reino Unido. Por lá, já não há essa obrigatoriedade.
"Pensava que quem está a usar máscara o fazia por vontade própria e não por recomendação do Governo", referiu o homem, defendendo mais sinalização.
Paulo Peixoto, emigrante em França, concorda. À semelhança de Edy Ferreira, por desconhecimento, também entrou no metro sem máscara. "Não tinha conhecimento que nos transportes públicos era obrigatório usar máscara. Estou em França há um ano e pensei que aqui já não era necessário. Lá não é obrigatório", contou este viajante, que, após ter sido abordado pelo JN, colocou a máscara.
"fica confuso"
Ainda assim, Paulo Peixoto considera tornar-se "confuso" não ser necessário usar máscara no interior do aeroporto e, depois, ser obrigatório nos transportes públicos. "Devia existir mais sinalização. Quem vem de férias acaba por não ter conhecimento", afirmou, confessando ter pensado que quem usava máscara o fazia "por precaução".
Glasielle Souza era uma das pessoas com máscara a cobrir o rosto. Vive no Porto há cerca de duas décadas e viaja várias vezes na linha Violeta. "Aqui [no metro] podemos ver que há muitos turistas sem máscara, mas dentro do aeroporto também não é obrigatório. Fica confuso", alertou Glasielle, pedindo ao Governo uma clarificação das medidas de proteção.
"Se formos para fora, há muitos lugares em que já não é obrigatório usar [máscara] nos transportes públicos. As pessoas que chegam não sabem e assumem que aqui também já não é necessário. Nos letreiros do próprio aeroporto podiam dar essa indicação", salientou Glasielle Souza.
Detalhes
Norma
O uso de máscara é obrigatório em três situações: nos transportes públicos, em estabelecimentos e serviços de saúde (como hospitais, centros de saúde e farmácias) e estruturas residenciais ou de acolhimento para populações vulneráveis (incluem-se lares de idosos e unidades de cuidados continuados integrados).
Linha Violeta
A linha E ou linha Violeta liga o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, e a estação da Trindade, no Porto. Em junho, devido ao aumento da procura, a Metro do Porto alargou o serviço da linha e aumentou a frequência para 15 minutos.