Viana do Castelo será "Capital da Cultura do Eixo Atlântico" em 2025. É a segunda vez que aquela cidade acolhe a iniciativa bianual desde a sua criação há 16 anos. A primeira foi em 2011.
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Nesta 8ª edição, a programação começará em 1 de janeiro, com um "Concerto de Ano Novo", mas a abertura oficial decorrerá no dia 17 de fevereiro, véspera de uma reunião da Assembleia Geral da associação Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, que agrega 37 cidades do Norte de Portugal e da Galiza. A cerimónia de arranque incluirá "um espetáculo multidisciplinar", com cerca de 100 participantes e dirigido pelo músico português Daniel Pereira Cristo. Contará ainda com a atuação de Xabier Díaz, um dos artistas galegos mais reconhecidos da atualidade.
Antes disso, a 18 de janeiro, a cultura popular portuguesa e galega vão subir juntas a placo, com um espetáculo musical com a cantora Uxía, considerada "a voz da música" da Galiza, e o grupo das Cantadeiras do Vale do Neiva (Viana do Castelo).
A programação contempla atividades nos doze meses de 2025, agregando iniciativas que já fazem parte do calendário em Viana do Castelo e outras novas, em parceria com projetos culturais galegos. Os eventos contemplam música, desde clássica a jazz, música eletrónica, cantares ao desafio e concertinas, pop e hip hop, em concertos e festivais, cinema, teatro, dança, feira de livro, romarias, gastronomia e tradições dos dois lados da fronteira.
No âmbito da "Capital da Cultura do Eixo Atlântico", decorrerá ao longo do ano também animação nos Caminhos de Santiago, que atravessam as duas regiões vizinhas até Santiago de Compostela, numa iniciativa intitulada "Sons do Caminho". A cerimónia oficial de encerramento será a 13 de dezembro de 2025.
Para o vereador da Cultura da câmara de Viana do Castelo, Manuel Vitorino, a quem coube apresentar a programação em conferência de imprensa, esta quinta-feira, a iniciativa, que terá um custo global de "cerca de um milhão de euros", promoverá "a valorização da cultura popular e contemporânea do território".
O autarca Luís Nobre, presidente da Comissão Executiva do Eixo, considera que a iniciativa "projeta Viana do Castelo" no mundo e representa "uma oportunidade de afirmar um projeto eurorregional, que é um movimento associativo e um instrumento de partilha, que permite dar visibilidade ao que de bom tem cada cidade".
Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, indicou que a eleição de Viana do Castelo para acolher a iniciativa, que se realiza a cada dois anos, foi votada "por unanimidade pelas câmaras municipais" que compõem a associação transfronteiriça. "É a primeira vez que uma cidade, num prazo de quinze anos, tem a segunda "Capital da Cultura", com diferentes câmaras", afirmou, considerando que este "é um dos programas com mais participação social e envolvimento da sociedade" da euro-região.
Xoan Mao lançou ainda um desafio aos representantes dos orgãos de comunicação presentes na conferência de imprensa para a eventual organização de "um encontro de jornalistas portugueses e galegos para debater o estado do jornalismo" dos dois lados da fronteira.
Em 2023, a "Capital da Cultura do Eixo Atlântico" decorreu na cidade galega de Lugo, em 2021 em Braga, em 2018 em Santa Maria da Feira, em 2016 em Matosinhos e Vila Real, em 2014 em Ourense e em 2011 em Viana do Castelo. A primeira vez que se realizou foi em Vila Nova de Gaia, em 2009.