O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, afirmou, esta terça-feira, que aquele município mantém a expectativa de ainda vir a acolher um investimento, anunciado há mais de um ano, de 150 milhões de euros, numa nova fábrica do sector eólico naquele concelho.
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Trata-se de um projeto de produção de pás de rotor para turbinas eólicas da Nordex Acciona, que levou à suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (PDM), numa zona agora destinada a acolhimento empresarial.
De acordo com Luís Nobre, que anunciou o investimento em dezembro de 2022, a instalação da unidade industrial continua a aguardar uma decisão por parte do investidor.
"O investimento não foi abandonado mas tem uma dinâmica diferente", declarou, referindo que o avanço do investimento está condicionado pelo atual contexto mundial de "instabilidade global".
"A dinâmica dos investimentos nem sempre acompanha a dinâmica dos nossos desejos", declarou Luís Nobre, que respondia esta terça-feira, em reunião do executivo municipal, a uma questão sobre o ponto de situação do processo, colocada pelo vereador independente Eduardo Teixeira.
Em causa está a ocupação de uma área com 29,3 hectares, na freguesia de Vila Nova de Anha, por uma unidade industrial de produção de pás de rotor para turbinas eólicas. E que levou a autarquia a avançar em 2022 com a suspensão parcial do PDM, da referida área, situada a sul da Ribeira de Anha e a nascente do acesso ao porto de mar (antiga EN 13-3).
"Foi-nos pedido mais tempo. Se houver necessidade de repetir atos administrativos para assegurar o investimento", disse Luís Nobre, adiantando que "se a empresa não se instalar no prazo da suspensão (do PDM), poderemos repetir o ato". E que, em última instância, se a Nordex não avançar, "há interesse de outras empresas de se instalarem naquele sítio".
Recorde-se que o autarca tinha anunciado o investimento naquele município da Nordex Acciona, com previsão de concretização e entrada em laboração em junho de 2024. Uma unidade que previa "um volume anual de exportações de 200 milhões de euros" e a criação de dois mil novos postos de trabalho.
Entretanto, já avançou o processo expropriativo na área prevista de implantação do projeto. De acordo com proposta de suspensão do PDM, "encontra-se a poente abrangida por uma área de rede natura (2,9 ha) e por uma área de Reserva Agrícola Nacional (RAN) com 3,5 ha". A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte deu parecer positivo à suspensão do PDM em janeiro de 2023.