Vida e obra do lutador antifascista Alcides Strecht Monteiro contadas em livro
A Fundação Alcides Strecht Monteiro vai levar a efeito a publicação de um livro sobre a vida e obra do seu patrono, figura ligada à resistência ao Estado Novo e à implementação da Democracia. A publicação estará a cargo de Roberto Carlos Reis, historiador e professor universitário feirense.
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A publicação do livro deverá ocorrer em meados de junho, retratando a vida e a obra do “resistente antifascista”.
Até lá, a Fundação apela a quem tenha documentação como fotografias, cartas, panfletos, cartazes entre outras fontes, que possam ilustrar a vida e obra de Alcides Strecht Monteiro, possa disponibilizar, por correio eletrónico para: fundacaoalcidesstrechtmonteiro@gmail.com
Por proposta do deputado socialista Raul Rego, foi aprovado um voto de pesar pelo seu falecimento e realizado um minuto de silêncio por sugestão do deputado Olívio França, do PPD. Foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade, a título póstumo (1985), pelo presidente da República Ramalho Eanes.
Tem o seu nome na toponímia de Fiães e em Santa Maria da Feira, onde também tem um busto da autoria do escultor Alves André.
Alcides Strecht Monteiro nasceu em Fiães, a 2 de abril de 1910, vindo a falecer a 14 de junho de 1977, em Lisboa.
Enquanto estudante, foi presidente do Centro Republicano Académico e tesoureiro da Associação Académica de Coimbra. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia na Vila da Feira.
Presidiu à direção dos Bombeiros Voluntários de Vila da Feira. A partir de 1945, participou em todas as campanhas políticas contra o regime salazarista, esteve no Movimento de Unidade Democrática (MUD) e participou ativamente nas campanhas eleitorais contra o regime salazarista, especialmente no MUD e nas campanhas eleitorais para a presidência da República dos generais Norton de Matos e Humberto Delgado e do almirante Quintão Meireles.
Em 1957, foi um dos signatários de uma representação, entregue no dia 1 de outubro ao Presidente da República, na qual se explicavam os motivos pelos quais a oposição não concorreria às eleições legislativas desse ano. Foi membro do Conselho Distrital da Ordem dos Advogados no Porto e fez parte da delegação da Ordem dos Advogados da comarca de Vila da Feira em 1941, tendo sido eleito presidente da mesma delegação em janeiro de 1952 e delegado às assembleias-gerais, entre 1957 e 1959. Foi ainda candidato a deputado em 1965 e 1969 e integrando a Ação Socialista Portuguesa.
Militante do Partido Socialista, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, a 25 de abril de 1975, pelo círculo de Aveiro. Exerce o cargo de deputado à Assembleia da República na I Legislatura até falecer no “foguete”, a 14 de junho de 1977.