No início só para ensaios, mas em março de 2024 inicia o transporte de passageiros. Extensão da Linha Amarela já tem primeiros carris e a estrutura da estação do hospital.
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Quem mora em Vila d'Este, Gaia, vai "deixar de ver navios", como se diz na linguagem popular. A partir de janeiro de 2024, os veículos do metro vão passar à porta de casa. O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, aponta o fim da obra da extensão da Linha Amarela para 31 de dezembro e o início da circulação dos veículos desde Santo Ovídio até Vilar de Andorinho, inicialmente só para testes, no dia "2 de janeiro", porque o dia 1 é "feriado ".
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Se até há uns tempos, parte da empreitada não se via, pois era feita no subsolo, agora os trabalhos vieram à superfície e andam a toda a bolina, para se cumprirem os prazos. Tudo isto tem tradução na "agitação que se vê" e na "energia que se sente", como descreve Tiago Braga. A Estação Santos Silva, em frente ao hospital, é um bom exemplo desta evolução. O esqueleto da estrutura metálica que servirá de suporte à cobertura já está de pé e a obra na linha, num túnel mineiro até Manuel Leão e em trincheira coberta até Vila d'Este, segue a bom ritmo.
"Estamos numa fase em que se vê muita ação, porque há muitas atividades em simultâneo a serem desenvolvidas. Começa-se a ter algumas noções de como irá ficar. Até agora foi muito betão, aço e estruturas. Começamos a ter arquitetura e alguns elementos daquilo que será definitivo", refere. O parque de estacionamento na Estação Santos Silva terá 150 lugares e haverá mais 130 à superfície, fora do parque. O proprietário continuará a ser a Confraria do Monte da Virgem. Em princípio, todos os lugares "serão pagos".
Descarbonização
Outra grande novidade é que a trincheira coberta, ou "falso túnel", como lhe chamam, já possui carris. Este troço da via férrea tem pouco mais de 700 metros e cerca de 200 estão executados. "Em stock, há cerca de 7,5 quilómetros de carril para obra, o que garante o fornecimento para os próximos trabalhos", afiança Pedro Quintas, gestor do projeto do prolongamento da Linha Amarela. A expansão vai acrescentar 3,1 quilómetros ao traçado.
Tiago Braga prevê que os ensaios durem durante o primeiro trimestre de 2024. No final de março, o metro deverá entrar, finalmente, em operação.
Para o presidente da Metro do Porto trata-se, também, de firmar um compromisso com a "descarbonização, pois há metas a cumprir quanto a reduzir as emissões de CO2". O uso do carro continua a ser prevalente: "Na Área Metropolitana do Porto, as pessoas despendem 70 minutos por dia nas suas viagens. Não basta decretar. Temos que dar condições para que mudem de transporte".