Vila do Conde faz parceria com a Santa Casa, mas até as casas ditas "acessíveis" têm preços exorbitantes
A Câmara de Vila do Conde vai assinar um contrato-programa com a Santa Casa da Misericórdia para a construção de 450 casas para venda ou arrendamento a custos acessíveis. A ideia, diz o presidente, Vítor Costa, é "regular o mercado", mas a verdade é que, ainda assim, os preços variam entre os 114 mil euros do T0 e os 234 mil do T3. Já as rendas oscilam entre os 400 e os 790 euros. Tudo valores incomportáveis para uma família que ganhe o salário mínimo.
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"O contrato-programa vai à reunião de câmara na quinta-feira. A Santa Casa tem terrenos e vai assegurar a construção. Nós vamos isentar as obras das taxas de licenciamento e de urbanização e fazer as obras de urbanização e arranjos exteriores. Isso permite baixar o custo de construção e vender - ou arrendar - a preços mais baixos", afirmou, ao JN.
"As novas casas destinam-se a famílias que, embora tendo ficado de fora do programa 1.º Direito, não conseguem comprar ou arrendar casa aos preços do mercado habitacional", continuou Vítor costa, que espera, com esta medida, "ajudar a classe média e os jovens casais" que escolhem Vila do Conde.
"Regular o mercado"
Os novos fogos vão localizar-se em Vilar do Pinheiro (109+46), Árvore (55), Macieira da Maia (70), Fajozes (90) e Guilhabreu (80). As obras começam "de imediato". O autarca acredita que, para além de ajudar a fixar população no concelho, a medida é uma tentativa de "regular o mercado".
Apesar de tudo, os preços continuam a não ser para qualquer carteira: um T0 será vendido a 114 mil euros, a renda mensal será de 400 euros. Por um T1, uma família terá que pagar 146 mil euros, já a renda será de 500 euros. Um apartamento com dois quartos ficará por 190 mil euros ou 650 euros de renda mensal e, finalmente, o T3 será vendido a 234 mil euros ou arrendado a 790 euros mensais.
Vila do Conde é o 5.º município do distrito do Porto com o preço das casas mais caro por metro quadrado: 2359 euros por m2 (segundo o portal Idealista), um valor que, no centro da cidade, sobe para 2853 euros. À beira-mar, há T3 vendidos a mais de 700 mil euros. Entre os 14 concelhos do distrito só Porto (3804 euros), Matosinhos (3335 euros), Gaia (2720 euros) e Póvoa (2456 euros) têm preços mais caros.