Em cinco meses, os nadadores-salvadores foram chamados 78 vezes. Agora, alunos do 10.º ano vão ter aulas de suporte básico de vida e segurança no mar.
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78 ocorrências em cinco meses. Seis hospitalizações só no mês de Janeiro. Três nadadores-salvadores a vigiar as praias, todos os dias, fora da época balnear. Formação de suporte básico de vida para 750 alunos do 10.º ano. Limpeza das praias. Desfibrilhadores em todas as escolas, nas piscinas e nos pavilhões municipais. São estas as linhas gerais do projeto “AquaVida”, que, desde Outubro, está a funcionar em Vila do Conde, numa parceria entre a Câmara e “Os Delfins” – Escola de Formação de Nadadores-Salvadores. A medida vai custar 123 mil euros/ano.
“Significa que passamos a ter vigilância nas praias 365 dias por ano. Se nos queremos afirmar como capital dos desportos náuticos – uma grandes apostas deste executivo -, este projeto é absolutamente necessário”, afirmou o presidente da Câmara.
Vítor Costa lembrou as nove pessoas – sete das quais jovens entre os 14 e os 16 anos – que foram resgatados do mar junto à foz do rio Ave, no passado domingo. “Felizmente, e graças ao AquaVida”, frisou, todos foram retirados da água “sãos e salvos”.
“As ocorrências acontecem o ano todo e, porventura, as mais complicadas até são mesmo fora da época balnear”, sublinhou ainda.
O presidente d’ “Os Delfins”, Carlos Ferreira, explica que, fora da época balnear, há agora um nadador-salvador em permanência na praia da Azurara – a que regista mais ocorrências no país e uma das mais procuradas para os desportos náuticos – e dois nadadores e uma viatura 4x4 para patrulhar a zona urbana. Vigilância à parte, os nadadores fazem ainda a limpeza das praias, sobretudo, na Azurara, onde acaba todo o lixo trazido pelo rio Ave.
Nos meses de mais chuva, o projeto terá ainda uma componente pedagógica: “Todos os alunos do 10.º ano terão formação em suporte básico de vida. São 750 alunos de todo o concelho”, explicou Vítor Costa.
Carlos Ferreira congratulou-se por ver o “AquaVida”, que começou, em 2009, com vigilância nas praias aos fins-de-semana a partir de abril e deu frutos, diminuindo os acidentes, evoluir agora para um projeto consistente de “vigilância, segurança e literacia oceânica” todo o ano. Não tem dúvidas que, trabalhando junto das escolas, a próxima geração será mais cautelosa.
Neste momento, explicou ainda, na Área Metropolitana do Porto, só Vila do Conde e Matosinhos têm um projeto de vigilância das praias todo o ano. O Porto interrompeu em novembro e deverá, agora, retomar em breve, mas a ideia é que todos os municípios o possam fazer, tornando a praia mais segura para todos