"Passo o ano inteiro a brincar às casinhas" - a frase é de Amaro Rodrigues, que há oito anos faz a cascata da Rua dos Benguiados, em Vila do Conde. É uma das 11 espalhadas pela cidade e, em muitas ruas, continuam a ser feitas por moradores que, num espírito bairrista, rivalizam entre si.
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Por ali, Amaro passa o ano a construir. Tudo em esferovite ou em roofmate e papelão, pintado à mão. Horas, dias, às vezes, semanas em cada peça, centenas de fotografias tiradas, para não falhar nenhum pormenor: há a Câmara, o Posto de Turismo, capelas e igrejas, a réplica da nau. De cada fonte brota água, o rio corre, o velhinho moinho gira, o rancho dança de verdade.
"Amazing [incrível]!", diz uma peregrina dos caminhos de Santiago, à passagem. Amaro não fala inglês, mas percebeu o elogio. Sorri. "Passam, tiram fotos, está sempre aqui gente", afirma, orgulhoso por manter viva uma das tradições do S. João de Vila do Conde.