<p>A Vila Natal é um dos eventos da agenda cultural de Óbidos que "auto se financia", ajuda outros que dão prejuízo e por isso "nunca poderá acabar". Em época de crise, a Obidos Patrimonium decidiu porém reduzir o preço dos bilhetes e encurtar a sua duração.</p>
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"Não podemos ser indiferentes à época de austeridade e por isso decidimos fazer algumas alterações na Vila Natal", explicou ao JN José Parreira admitindo que este ano, a iniciativa poderá ter menos visitantes "devido à crise". Mesmo assim, o administrador executivo da empresa municipal Óbidos Patrimonium garante "a qualidade que tem marcado" o evento, que em 2009 levou à vila mais de 100 mil pessoas.
Com um orçamento de 300 mil euros - 500 mil em 2009 - o Óbidos Vila Natal a par do Festival Internacional do Chocolate "são eventos que financiam a agenda cultural" do concelho e que por isso "nunca podem acabar". Segundo José Parreira, as alterações introduzidas na Vila Natal deste ano "pretendem fazer com que as pessoas não deixem de ir a Óbidos por causa da crise".
A decisão passou pela redução do preço dos bilhetes de entrada, de sete para cinco euros, uma medida que o responsável diz ser de "caracter social". Mas "todas as Instituições de Solidariedade Social do país têm entrada gratuita garantida", diz José Parreira, revelando a existência de um protocolo com a "Ajuda de Berço", mediante o qual "as pessoas são convidadas a deixar mais dois euros para ajudar a instituição".
"Quem pode, deve ajudar quem não tem possibilidades. Neste caso é importante ajudar esta instituição que, por falta de dinheiro, pode ter de fechar um dos centros onde são recebidas crianças até aos três anos", explica.
Outra das novidades tem a ver com a redução do tempo do evento que, em 2009 abriu portas ainda em Novembro. Este ano a iniciativa decorre entre 10 de Dezembro e 2 de Janeiro "para que as escolas ainda possam ser abrangidas pelas actividades, antes de entrarem em férias". "Os programas destinados aos alunos estão praticamente esgotados e neste momento estamos a tentar encontrar alternativas", diz José Parreira, lembrando que a Vila Natal "é para as escolas mas também para as famílias".
A redução do espaços destinado às animações, é outra das novidades do certame que, este ano, está totalmente localizado na cerca do castelo. A única excepção será o bar de gelo que está a ser montado na antiga sede dos bombeiros, na Rua Direita. Este bar estará a funcionar até final de Janeiro, a quatro graus negativos.
"Não perdemos conteúdos, mas optámos por concentrar mais as coisas, e colocar em vez de duas, apenas uma pista de gelo" adiantou o responsável.
Segundo José Parreira, este ano "no turismo não se tem notado uma quebra tão grande como era expectável", contudo, admite a necessidade de "minimizar os prejuízos por causa da crise". O responsável refere que 2011 "poderá ser pior", mas lembra que os eventos culturais de Óbidos "ajudam muitas empresas do concelho que vivem à custa do turismo".
"Não fazermos este tipo de eventos para provocar desemprego no concelho, cujas empresas têm no turismo a sua alavanca" explicita José Parreira.
Frisando que Óbidos "é um destino turístico", o responsável diz que a Câmara - através da Óbidos Patrimonium - "tem de manter viva a agenda cultural" para que "as pessoas continuem a visitar e a estar" na vila medieval.
"Não podemos esbanjar dinheiro, mas não podemos deixar de contribuir para que as pessoas tenham um Natal menos mau" conclui.