Vinhais espera bom ano de produção de castanha em quantidade e qualidade

No ano passado, as quebras da produção ultrapassaram os 60%, e em algumas aldeias chegaram aos 80%. “Os indicadores que temos são os que nos transmitem os produtores. O que se pode verificar no terreno é que este ano a produção será melhor do que no ano passado, que foi um ano muito mau”, explicou o autarca, salientando que em Vinhais “um bom ano de castanha é um bom ano para tudo”, referindo-se à dinamização da economia que este fruto seco permite, por ser um complemento muito importante ao rendimento das famílias.

O concelho de Vinhais é um dos principais produtores do país, colhendo anualmente entre 13 mil a 15 mil toneladas de castanha. “Temos indicadores muito positivos da produção, não sabemos se o calor vai prejudicar”, referiu o autarca.

As primeiras castanhas, nomeadamente as variedades temporãs, como a francesa, já começaram a cair em meados deste mês, o que “é um bocado precoce e, nestes anos, às vezes, os preços descem”, segundo Abel Pereira, presidente da Arborea Associação Agro-florestal da Terra Fria.

A apanha das variedades mais tradicionais como a judia, longual e boaventura só deve começar em meados de outubro. “Estas castanhas começam a cair mais tarde e pode haver algum fator que influencie o seu crescimento, se o calor persistir”, explicou Abel Pereira.

A produção de castanha em Vinhais é tão importante que o município fez um investimento de cerca de um milhão de euros no combate às doenças e pragas do castanheiro, como o cancro, a tinta e a vespa da galha. “A luta biológica com um parasitoide deu resultados. As largadas do parasitoide continuam, mas podem reduzir em 2024”, observou o autarca.

A feira da castanha contará com 75 expositores de produtos regionais, apostando num cartaz musical com Bárbara Tinoco, Diogo Piçarra e gaiteiros tradicionais, jornadas técnicas do castanheiro, percursos pedestres, concurso de doçaria e de castanhas, e o maior assador do mundo para os magustos.