Um incêndio consumiu ontem, sexta-feira, uma vasta área florestal na zona interior do Algarve. As chamas ameaçaram várias casas e destruíram alguns anexos, mas não houve feridos. O vento forte e deficientes acessos foram os principais obstáculos.
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Segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), o incêndio começou numa zona de mato no concelho de São Brás de Alportel, pouco depois das 15 horas, com várias frentes activas em zonas de difícil acesso. Desde 2003, este foi o maior incêndio naquela região algarvia.
O forte vento que se fez sentir, ao longo de todo dia na zona Sul do país fez com que, rapidamente, as chamas alastrassem ao vizinho concelho de Tavira, aproximando-se perigosamente de algumas casas, muitas delas segundas habitações utilizadas para férias. Também pequenas explorações agrícolas acabaram por ser consumidas. Por prevenção, e para acorrer sobretudo a situações de pânico, ou casos de pequenas escoriações, foi montado um hospital de campanha em Santa Catarina do Bispo, concelho de Tavira.
A violência das chamas fez mesmo com que quem estava na praia - a alguns quilómetros do local do incêndio - visse de perto uma espessa nuvem de fumo.
O evoluir da situação levou a que, a meio da tarde, bombeiros dos distritos de Santarém, Lisboa, Évora e Beja tenham reforçado os meios operacionais no terreno.
Foram também mobilizados meios aéreos, designadamente dois helicópteros de ataque inicial, um helicóptero bombardeiro pesado e dois aviões "canadair". Esteve ainda prevista a ajuda de dois "Canadair" espanhóis, que acabaram por não ser accionados, devido a uma avaria.
Os bombeiros conseguiram evitar que as chamas destruíssem casas, embora em alguns casos, tenha sido dada ordem aos respectivos habitantes para as abandonarem. Tratou-se, porém, de uma medida de prevenção.
À hora do fecho desta edição, o vento mantinha-se forte, mas já não existiam casas em perigo. Estava previsto um reforço de meios durante a noite.