Vindima deste ano tem mais produção, mas com vendas de vinho a diminuírem as grandes empresas retraem-se nas compras.
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“Ou nos sentamos todos e tentamos arranjar uma solução para a crise ou o Douro, como o conhecemos, tende a desaparecer”. A frase lapidar de Justina Teixeira, produtora e engarrafadora de vinho em Mesão Frio, resume o sentimento de muitos viticultores que enfrentam dificuldades para venderem as uvas, numa vindima com mais produção, mas menos benefício para vinho do Porto. “A situação é horrível e alguma coisa tem de ser feita”, sentencia Mónica Araújo, produtora e engarrafadora em Armamar.
Embora com “alguma dificuldade”, Justina conseguiu vender as uvas para vinho do Porto que produz na Quinta da Barca. Todavia, diz ter colegas que lhe ligaram a pedir ajuda para encontrar interessados, confrontados com o facto de “os habituais se recusarem a comprar”. E sem saber o que fazer com as uvas”, receberam “propostas extremamente desonestas” que rondavam “os 100 a 150 euros” por pipa (550 litros) de vinho DOC Douro.