O Tribunal de Castelo Branco já recebeu as mais duas dezenas de pedidos de indemnização de familiares e vítimas do acidente da A23, que reclamam valores superiores a sete milhões de euros. O julgamento do pedido cível deverá ocorrer em 2011.
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Com a conclusão do processo crime, cuja decisão já transitou em julgado, segue agora nos tribunais um outro processo, mais moroso, e que diz respeito aos pedidos de indemnização das famílias e das vítimas, envolvidas no acidente, ocorrido na noite de 5 de Novembro de 2007, na A23, e que matou 17 pessoas da Universidade Sénior de Castelo Branco, e fez várias dezenas de feridos.
De acordo com fonte ligada ao processo, "todos os requerimentos [mais de 20] já deram entrada no Tribunal", pelo que "se aguarda agora a junção de todos num único processo e depois a marcação do julgamento", o que deverá ocorrer em meados de 2011.
Revelando tratar-se de um "mega-processo", dado o volume de páginas que o compõe, fonte judicial fez notar que os pedidos de indemnização "são superiores a sete milhões de euros e referem-se a danos patrimoniais e não patrimoniais".
Um dos advogados contactados pelo JN explicou que os pedidos de indemnização "são intentados contra as seguradoras do veículo ligeiro e do autocarro, mas também contra a Scutvias (concessionária da A23), que já envolveu o empreiteiro da obra.
João Marcelo, advogado da maioria das vítimas admite que este processo "não será fácil" dado que "as seguradoras não querem pagar e vão fazer tudo para não pagar". Em declarações ao JN, o causídico revelou que, ao contrário do que foi afirmado na ocasião, "as seguradoras apenas pagaram às famílias e às vítimas pequenos montantes - inferiores a três mil euros - e respeitantes a seguros de acidentes de ocupantes dos veículos envolvidos".
"As seguradoras só pagam de livre vontade quando estão em causa montantes pequenos e depois de terem a certeza que são mesmos culpados", disse João Marcelo, admitindo que, neste caso, "o acordo será complexo", já que "até ao momento não houve nenhuma proposta das seguradoras".