Vítor Costa é o candidato do PS à Câmara de Vila do Conde. Quer mudar o rumo e devolver a autarquia aos socialistas.
Corpo do artigo
Afastou-se do PS por não concordar com as escolhas, primeiro de Elisa Ferraz, depois de António Caetano. Em 2017, 43 anos depois, os socialistas perderam um dos seus bastiões mais sólidos. Voltou, disposto a unir o partido, ouvir todos, mudar o ciclo, fazer "mais e melhor" e, frisa, voltar a pôr no mapa um concelho que, outrora presidente da Associação Nacional de Municípios, hoje "deixou de ter voz" em Lisboa. Vítor Costa é o candidato do PS à Câmara de Vila do Conde, que os socialistas "apostam forte" em recuperar. A água é bandeira, mobilidade e habitação prioridades.
Elisa Ferraz disse, numa entrevista ao JN, que o resgate da concessão da água custaria 92 milhões de euros...
Não há um único documento que aponte qualquer valor. Queremos um preço da água justo. O contrato, assinado em 2008, sofreu profundíssimas alterações, sempre beneficiando a empresa: previa um investimento de 80 milhões de euros, após dois aditamentos está em 40 milhões; várias obras, como as mini-ETAR de Bagunte, Parada, Outeiro e Ferreiró, hoje estão a ser feitas à custa dos vilacondenses; a renda anual foi reduzida para um quarto. E o preço da água foi disparando. Portanto, o importante é renegociar e, não sendo possível, fazer o resgate, que garantidamente não se aproxima desses valores.
Mas vê possibilidades de acordo?
A Trofa anunciou uma redução em 58%, portanto, de facto, é possível. Tem é que haver vontade e firmeza.
Arrepende-se de ter votado a favor da concessão?
À data, era a solução possível. Passados estes anos, transformou-se num pesadelo. Não sinto arrependimento, mas especial responsabilidade.
Há um Masterplan para a rede viária. Tinha muitos objetivos, mas avançou-se pouco...
A rede viária precisa de um forte investimento. Há duas pontes rodoviárias que têm que ser feitas: uma sobre o Ave - que era da responsabilidade da Metro do Porto e a presidente não foi capaz de exigir; e a travessia do rio Este, em Touguinhó. Depois, são os transportes públicos. O serviço em Vila do Conde é mínimo. E a mobilidade suave. Precisamos de vias cicláveis e pedonais. Olhamos para o nosso concelho e nada disso acontece. Tudo é feito avulso e a correr antes das eleições.
E a Ponte Pedonal?
Como em tudo na vida há prioridades e a prioridade, hoje, não seria uma ponte pedonal, que já vai nos três milhões de euros.
Também nesta reta final do mandato foi apresentada a Estratégia Local de Habitação. O que é que lhe parece?
Parece-me um ato desesperado, porque, em 2018, como foi público, a Câmara disse que Vila do Conde não precisava de habitação social e, de repente, ao fim de oito anos de presidência e quase 24 na Câmara, a atual edil descobriu que precisa de habitação! Propomos a construção de mil habitações nos próximos dez anos: habitação social e habitação para os jovens da classe média a preços e rendas acessíveis.
O IMI chegará ao mínimo no próximo ano. Se for eleito é para manter?
Vila do Conde é o município do país de média dimensão que tem maior carga fiscal e, nos 90 da região norte, ocupa o 88.º lugar na captação de fundos comunitários. O IMI ficará no mínimo, a parte do IRS que é devida à Câmara, connosco, será devolvida às famílias e a derrama terá taxa 0%. "Compensaremos" apostando nos fundos comunitários.