"Voltamos a este filme de terror". Sobressalto em Vila Pouca de Aguiar devido a reativações
A presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar disse que, esta quinta-feira, se viveu uma tarde de sobressalto com as várias reativações registadas no concelho.
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"A partir aproximadamente das 16.30 horas voltamos a este filme de terror. Em cada sítio que estamos começa uma frente de incêndio e este sobressalto outra vez quando se aproxima das localidades e das casas", afirmou Ana Rita Dias.
A autarca falava à agência Lusa em Raiz do Monte, aldeia que viu aproximar-se uma das frentes da reativação do fogo de Vreia de Jales, enquanto uma outra seguiu para Quintã.
"Também tivemos uma reativação em Soutelinho do Mezio, na freguesia de Telões, em que entretanto está dominada. Não está totalmente fechada porque estão lá meios para acabar com essa frente que se abriu durante a tarde", salientou.
Em Sabroso de Aguiar, acrescentou, o fogo ainda não está totalmente controlado. "Aqui não perto das habitações, mas agora no sentido de não passar para o concelho de Chaves. Também está com duas frentes, uma do lado de Sabroso e outra do lado de Freixeda", afirmou.
E continuou: - "Estamos apreensivos com o decorrer destas operações, porque o tempo não é estável, o vento também não está só num sentido, vai virando e, portanto, tudo pode acontecer com as condições meteorológicas que temos neste momento", frisou.
Ana Rita Dias realçou que hoje foi possível, no entanto, contar com o apoio dos meios aéreos, que foram acionados para os incêndios de Sabroso de Aguiar e de Vreia de Jales.
"Pedimos mais reforços por causa destas reativações e, de facto, foi uma mais valia termos aqui os meios aéreos para este combate inicial e, agora fazer, este trabalho de terreno com as corporações que temos aqui para nos apoiar", referiu.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), este incêndio de Vreia de Jales mobiliza, pelas 20 horas, 46 operacionais e nove viaturas.
O incêndio em Sabroso de Aguiar mobilizava pelas 20.15 horas 113 operacionais, 36 viaturas.
O alerta para o primeiro incêndio em Vila Pouca de Aguiar foi dado pelas 7.30 horas de segunda-feira em Bornes de Aguiar, e a situação foi-se agravando ao longo do dia, com mais três fogos em Sabroso de Aguiar, Telões e Vreia de Jales, com as chamas a manterem-se ativas até hoje.
Um relatório preliminar indica que os incêndios que deflagraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar na segunda-feira queimaram uma área de cerca de oito mil hectares de floresta, mato e propriedades agrícolas.
Ardeu uma habitação em Zimão, deixando um idoso desalojado, foram também atingidas cinco casas devolutas, vários armazéns agrícolas, um armazém industrial e uma estufa.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A ANEPC contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.