Doente de Parkinson, que se deslocava em cadeira elétrica, ficou curado de um dia para o outro.
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Andava e falava de forma atabalhoada, mas de repente passou a fazê-lo normalmente. A história é de João Formiga, de 67 anos, diagnosticado há sete com Parkinson. Caía entre cinco e seis vezes por dia e não se percebia o que dizia. Em agosto voltou ao normal.
Em Sesimbra, onde é conhecido por "Tuia", todos notaram a diferença e não se fala noutra coisa. Até já chegou a ser aplaudido. "Dantes, caía muito, agora até pego numa botija de gás", conta ao JN o antigo pescador, reformado desde os 55 anos, que sempre acreditou que voltaria a andar. Desde há um ano que se deslocava numa cadeira elétrica. O cartão do cidadão diz que não sabe assinar, mas agora também já escreve.
A mudança aconteceu a 17 de agosto. "Só me lembro de o ver todo encaracolado, a dizer que se ia deitar e estava maldisposto", recorda a mulher, Cesaltina, de 63 anos, contando que a mesma doença levou o pai e o irmão do marido. "De manhã, tomou a medicação, começou a andar, comeu e foi-se embora", acrescenta, frisando que nem num saco de compras João conseguia pegar.
"Não tenho explicação", comenta a filha Maria João, de 38 anos, recordando a felicidade da família. Dos sete netos que as três filhas lhe deram, só a mais velha, de 20 anos, conheceu o avô bem. "Os miúdos não conheciam o meu pai a falar", recorda.
Operação no Porto
O diagnóstico foi feito por um neurologista de Setúbal quando "Tuia" tinha 58 anos. Três meses depois foi operado no Hospital de São João, no Porto. "Correu bem, mas depois o meu pai entregou-se. A fala ficou muito afetada e o andar foi-se agravando. Caía em casa, na rua e não se levantava", relata a filha, que em agosto levou o pai ao Porto para a médica Maria José Rosas o ver. "Disse que já podíamos acreditar em milagres. E mandou o meu pai aproveitar a vida porque há coisas que a ciência não explica", relata.
Questionada sobre uma explicação, a assessoria do hospital avançou ao JN que "não será divulgada nenhuma informação sobre a saúde de qualquer doente". A família realça que a única alteração foi o facto de em julho ter passado a tomar os medicamentos com água, em vez de iogurte.