Voluntariado transformou exterior de residências da Associação de Paralisia Cerebral em Gondomar
O programa "Just a Change" e um grupo de alunos da Porto Business School reabilitaram espaços exteriores de uma unidade residencial da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) em Valbom, Gondomar. Para o presidente da associação, Abílio Cunha, intervenção é de "inegável satisfação".
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Para Soraia Santos, o voluntariado não é novidade, mas fazê-lo através da reabilitação da unidade residencial da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) em Valbom, Gondomar, sim. A aluna de 44 anos da Porto Business School fez parte do grupo de 148 estudantes de MBA responsável pela transformação dos espaços exteriores da "Villa Urbana", que reúne 14 casas independentes.
Organizaram-se equipas e distribuíram-se tarefas. Os baldes de tinta começaram a abrir-se, cobriram-se as janelas e os candeeiros de teto com plástico e com rolos começaram a pintar-se as paredes. Todo o trabalho foi voluntário.
"Mesmo estando ainda a começar, já sei que sairei daqui de coração cheio e convicta de que trouxe algum valor e impacto a quem pode precisar de alguma ajuda", realça Joana Batchelor, de 29 anos. Para o presidente da APPC, Abílio Cunha, a intervenção é de "inegável satisfação".
A reabilitação foi feita através do projeto "Just a Change". "Queremos, com novas mãos, trazer um novo aspeto aos espaços exteriores da APPC. Mas também proporcionar condições mais agradáveis aos moradores e utentes desta unidade", afirma a representante do projeto, Maria Mieiro. Até à data, foram intervencionadas 430 casas, indica.
"Infelizmente, são mais os pedidos recebidos do que a nossa capacidade de resposta", acrescenta.
Contributo importante
Entre o grupo de alunos portugueses e estrangeiros, as conversas fizeram-se em inglês durante todo o dia. Lauren Zamam, 28 anos, viajou dos Países Baixos para Portugal. É aluna em regime online mas diz ter feito questão de, durante cinco dias, visitar o país "e conhecer um pouco da realidade" dos colegas.
"Candidatei-me como voluntária por considerar importante o meu pequeno contributo para causas comuns", diz, reconhecendo o impacto daquela ação na vida futura de quem vive naquela unidade residencial da APPC.
Por outro lado, Soraia Santos lamenta que o voluntariado não seja "tão habitual em Portugal quando comparado com outros países". "Nos últimos anos, tive oportunidade de verificar que, no estrangeiro, é muito mais habitual as pessoas "darem" um pouco de si à sociedade. E é o que tento sempre fazer", revela.