Acusação sobre o artista volta a tribunal, 14 anos após a sua morte. Wade Robson e James Safechuck reiteram que foram molestados quando eram crianças, no rancho de Neverland.
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Foi a 25 de junho de 2009 que Michael Jackson morreu, aos 50 anos, mas a empresa que deixou a gerir o seu património, a MJJ Productions Inc., vai ter que enfrentar em tribunal, através dos seus atuais responsáveis, as queixas de abusos sexuais que alegadamente o cantor cometeu contra Wade Robson e James Safechuck, quando estes eram crianças.
Os factos terão ocorrido no famoso rancho Neverland, que o artista construiu como parque de diversões e foi vendido há cerca de quatro anos.
O “Los Angeles Times” adianta que o Tribunal de Recurso da Califórnia aceitou uma falha no processo que estava arquivado, justificando a sua reabertura. Dessa forma, a acusação volta a tribunal, visando a MJJ Productions Inc., considerando-a cúmplice nos actos.
Caso já remonta a 2014
Recorde-se que em maio de 2014, Robson e Safechuck viram as denúncias desprezadas pela Justiça, mas as alterações na lei californiana, influenciadas pelo movimento #MeToo devolvem agora tudo à barra do tribunal.
O bailarino e produtor musical Wade Robson, agora com 50 anos, relata que Michael Jackson se tornou seu amigo antes de abusar sexualmente dele quando se mudou da Austrália para os Estados Unidos.
É uma versão diferente daquela que apresentou em 2005, quando defendeu o malogrado artista num outro processo, confirmando que dormiram na mesma cama, mas que não aconteceu nada.
Já James Safechuck alega que, no final da década 1980, quando tinha nove anos, foi apresentado ao cantor quando filmava uma publicidade da Pepsi. A partir daí, Jackson terá mantido o contacto, dando-lhe presentes, dinheiro e levando-se a espetáculos, jantares e a passar férias.
O Tribunal de Recurso da Califórnia permite agora que sejam julgados os casos de abuso de menores, como este apontado pelos protagonistas do documentário “Leaving Neverland” contra a empresa de Michael Jackson.
No âmbito do processo, a imprensa internacional adianta que o ator Macaulay Culkin, o célebre protagonista de “Sozinho em casa”, pode ter que testemunhar de novo devido à relação que teve com o falecido “rei do Pop” na sua infância e adolescência.