Relato de Leandro no “Big Brother” provoca reações do IRA e do PAN. Artista diz que ficou arrependido e fala em “aproveitamento”.
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A última gala do “Big Brother- Desafio final”, este domingo, ditou a expulsão de Leandro com 41% de votos, horas após ter revelado a alguns dos colegas da casa que, uma vez, agrediu a cadela que tinha com um soco.
O cantor contou que ficou furioso ao julgar que o animal de raça cane corso mordera o filho Simão, após ver sangue. “Vou direito à cadela e mandei-lhe um ‘stick’ e a cadela… bem, a cadela, com 50 e tal quilos, voou e bateu contra a coisa… Eu ceguei. Ceguei”, contou.
A seguir, esclareceu que Daisy - entretanto dada a amigos - não tinha feito nada ao menino e o sangue era consequência de uma hemorragia nasal.
“Atenção às conversas impróprias”, alertou o “Big”, consciente da gravidade da partilha gravada pelas muitas câmaras em redor, que não tardou a fazer estalar a polémica.
Os internautas insurgiram-se, considerando “muito grave” o que o artista assumiu no reality show da TVI, até porque os maus-tratos a animais de companhia são crime público.
Via comunicado, os responsáveis do núcleo de Intervenção e Resgate Animal (IRA) anunciaram que iam consultar o departamento jurídico “para avaliar a situação e avançar com queixa-crime caso haja matéria suficiente”.
Por sua vez, esta segunda-feira de manhã, Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, manifestou-se no X (antigo Twitter), confirmando, mais tarde, ao JN, que o partido “vai denunciar ao Ministério Público o crime de maus-tratos a animais de companhia”.
“Não nos parece minimamente aceitável que, em qualquer contexto, se justifique qualquer agressão à cadela, ainda para mais sem qualquer nota de arrependimento ou empatia para com o animal”, notou.
O PAN também contactou a TVI, “sabendo que não tem qualquer responsabilidade sobre as declarações do concorrente, para, do ponto de vista social, ajudem a sensibilizar para a lei que existe”.
“Sabemos que, infelizmente, a crueldade que começa nos animais e tantas vezes acaba nas pessoas é um fenómeno que tem que ser erradicado, e todas as pessoas, em particular as que estão publicamente expostas, têm o dever de ter cuidado e de medir o que é dito, para não tentar normalizar situações em que tenha havido agressão a um animal”, salientou Inês.
À espera de desculpas
Convidado do “Dois às 10”, em conversa com Cláudio Ramos, o visado defendeu-se. “Fiz o que qualquer pai faria (…) Arrependi-me no preciso momento”, justificou, garantindo que sempre teve “um carinho enorme” pelos animais.
O cantor disse também que “as pessoas estão a aproveitar-se disto para denegrir, mais uma vez”, a sua imagem, e que ficou surpreendido com o comunicado do IRA, de quem confessou esperar um pedido de desculpas. Para ele, “foi um ato irrefletido” e que agiu “por instinto de proteção” como pai.