Protagonista de “Vitória”, atualmente em exibição nas salas portuguesas, Fernanda Montenegro promete continuar nos palcos. A atriz tem a comédia “Velhos bandidos” ainda por estrear mas, aos 95 anos, despede-se do cinema que, diz, exige "mais folêgo".
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Quando pode ser vista nas salas de cinema portuguesas como protagonista do filme “Vitória”, Fernanda Montenegro revelou, esta semana, que se retira da Sétima Arte. A atriz de 95 anos anunciou a decisão na antestreia do projeto agora em exibição, salvaguardando que não se afastará dos palcos.
“Quis o acaso - e o acaso tem sempre a última palavra, como diz Simone de Beauvoir - que o último drama que faço é com o meu genro (o realizador Andrucha Waddington, que é casado com a filha, a atriz Fernanda Torres) e a última comédia é com o meu filho (‘Velhos bandidos’, sob direção de Cláudio Torres)”, afirmou, em entrevista ao “Canal Brasil”.
Com uma carreira de oito décadas, apesar da idade já pesar para alguns desafios, a veterana artista pretende continuar as suas leituras em palcos. “Já o estou a fazer há bastante tempo, mas cinema pede mais físico, mais fôlego. É um momento muito especial”, confessou, fechando o capítulo a trabalhar em família.
Em “Vitória”, Fernanda Montenegro é Nina, uma idosa que decide filmar através da sua janela a crescente violência no seu bairro e o tráfico de droga, contribuindo para a denúncia dos crimes. “É uma honra trabalhar com ela. Uma força da natureza”, descreve o genro que a dirigiu.
O público reagiu ao anúncio com orgulho por acompanhar o seu percurso. Nas redes sociais, os fãs aplaudiram a “lucidez” e a “grandeza” de Montenegro, ansiosos por verem o seu derradeiro filme, “Velhos bandidos”, que também já foi rodado. Muitos sublinharam ainda o legado honrado pelo filha, Fernanda Torres, a estrela de “Ainda estou aqui”, que surpreendeu a mãe na antestreia de “Vitória”.
Quanto à reforma, recorde-se que, no ano passado, Fernanda Montenegro avançou com uma ação contra o Instituto Nacional do Seguro Social (Segurança Social brasileira) para receber pensões que lhe foram cortadas em 2019, quando uma fraude a registou como falecida. A suspensão não foi comunicada à artista, que entrou ainda com pedido de indemnização.