A obra “Happy Valley” foi comprada por 55 mil dólares (cerca de 47 mil euros) por alguém que usou o nome e imagem da cantora Lady Gaga. Dois anos depois, a artista britânica Emma Webster descobriu a fraude quando a peça apareceu num leilão em Hong Kong.
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Emma Webster, artista plástica reconhecida no panorama contemporâneo, pensou ter vivido um dos momentos mais memoráveis da sua carreira ao vender a obra “Happy Valley” a ninguém menos que Lady Gaga.
Em 2022, Webster recebeu um e-mail que aparentava ser autêntico, assinado por Stefani Germanotta — o verdadeiro nome da cantora — no qual a popstar dizia ser fã do trabalho da artista e manifestava interesse na compra da pintura.
Para conferir ainda maior credibilidade, o contacto veio de um endereço eletrónico associado aos nomes dos cães de Gaga e incluía uma selfie da cantora com camisola cinzenta e óculos escuros.
Convencida da autenticidade, a britânica vendeu “Happy Valley”, uma peça de dois por três metros, por 55 mil dólares (cerca de 47 mil euros), com pagamento integral e a condição de que a obra não seria revendida durante pelo menos cinco anos.
No entanto, em 2024, a história tomou um rumo inesperado. O pai da artista identificou a pintura anunciada num leilão da reputada casa Christie’s em Hong Kong. Ao contactar o empresário de Lady Gaga, Webster recebeu a confirmação: a cantora não enviou aquele e-mail. A artista descobriu então que fora vítima de um golpe internacional sofisticado.
As investigações revelaram que “Happy Valley” passou por várias mãos até chegar à Christie’s, através do galerista de Hong Kong Matt Chung, que afirmou ter comprado a obra a um consultor de arte em Los Angeles, que alegou também ter sido enganado. Chung chegou a oferecer 30% do valor do leilão a Webster, oferta que foi recusada pela artista.
O caso desencadeou uma disputa judicial entre Chung e a Christie’s, que cancelou o leilão e reteve a obra. Mais recentemente, o FBI entrou na investigação, face à complexidade do golpe que envolveu a utilização indevida do nome de uma celebridade, uma selfie falsa e uma transação avultada.
Até ao momento, “Happy Valley” permanece sem paradeiro definido, no centro de uma trama que nem Lady Gaga poderia imaginar.

