Atriz de "Elite" usa moda contra a objetificação da mulher: "Não sou uma boneca"
Quando todos os dias se ouvem abusos contra mulheres, Ester Expósito é estrela da campanha da Desigual "Not a doll", que critica a objetificação, com o objetivo de valorizar a diversidade e complexidade feminina. "Não vou permitir que me vejam ou me tratem como um objeto sexual", sublinha a atriz da série "Elite".
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Mais do que um corpo à mercê do olhar masculino e cansada do escrutínio à aparência, Ester Expósito, de 25 anos, contraria o discurso misógino e homofóbico que tem marcado a atualidade numa campanha de moda que vai além da roupa. Representa "a liberdade de me vestir para mim", vincou, resumindo a "narrativa poderosa".
"Não sou uma boneca, nem preciso ser”, disse a atriz ao jornal "El país", a propósito da nova publicidade da marca espanhola Desigual que protagoniza. Antes de um encontro com fãs, em Madrid, Ester manifestou-se contra a violência estética e psicológica, a objetificação e sexualização que sente desde se tornou famosa aos 18 anos, no papel de Carla Rosón no sucesso da Netflix "Elite".
"Mudamos e evoluímos porque não somos perfeitas e não vamos permanecer assim para sempre. Publicamente, é normal expressar opiniões sobre os nossos corpos, mas precisamos de nos olhar no espelho e refletir se isso é aceitável, se gostaríamos que outros fizessem isso connosco", sublinhou.
Expósito diz que sempre foi "vaidosa, namoradeira" e que gosta de se "expressar através da moda e da maquilhagem". "Mas não é só isso", acrescentou, reforçando que não é "uma boneca", tal como vinca o slogan publicitário. "E se eles (os homens) quiserem aceitar, tudo bem, se não, o problema é deles", atirou.
Para ela, "não é mau que os homens gostem". Afinal, "também há homens de quem gostamos, e tudo bem. Eu luto para não ser vista apenas como algo sexual, como um objeto, como se fôssemos bonecas", confessou a artista, determinada em fazer com que nenhuma mulher se sinta sozinha. "Quero que vejam que isso acontece comigo também, que falo por elas e por mim quando digo que não precisam vestir-se para agradar e serem queridas pelos outros. E também quero que elas não sejam tão duras consigo mesmas", partilhou.
Focada em afirmar-se pelo trabalho e não pela imagem, Expósito decidiu não ter "cenas de sexo em nenhum projeto". "Cheguei até a cortá-las de algumas porque não eram necessárias, e não queria alimentar isso", confessou, salvaguardando que não o exige contratualmente, mas que as cenas têm que fazer sentido na história: "Se for preciso, eu faço. Como no projeto em que estou a trabalhar agora, que é um thriller romântico parecido com 'O Guarda-Costas'".