A atriz francesa Emmanuelle Beart revelou, num documentário exibido na terça-feira, que foi vítima de incesto quando era criança.
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Beart, que atuou em dezenas de filmes e produções televisivas nos últimos 50 anos, é a corealizadora do documentário que foi exibido numa conferência de imprensa na terça-feira, antes de ser transmitido aos telespetadores pelo canal M6 em 24 de setembro.
A atriz não marcou presença no evento, mas a corealizadora Anastasia Mikova disse, em declarações aos jornalistas, que o agressor não era o pai, Guy Beart. Segundo Mikova, citada pela AFP, Beart não quis revelar o nome do agressor porque essa não é “a abordagem do filme”.
O documentário, denominado "Tal silêncio retumbante", inclui as histórias de quatro vítimas de incesto, bem como a contribuição da própria atriz. Num vídeo exibido na conferência, Beart disse que inicialmente não queria falar sobre si mesma, apenas sobre outras vítimas de incesto. “Mas a honestidade e a coragem deles também me fizeram querer falar abertamente”, disse ela.
No documentário, a voz da artista é ouvida, dirigindo-se ao agressor: “Como o meu pai, a minha mãe e os meus amigos não perceberam nada, podias voltar a fazê-lo, e fizeste-o ao longo de quatro anos”.
Segundo Mikova, o incesto começou quando Beart tinha 10 anos e continuou até os 14, altura em que foi "salva" pela avó.
Beart é famosa em França há décadas graças às atuações em “Manon of the Spring”, “A Heart in Winter” e “Nelly and Mr Arnaud” e alcançou o público global com papéis em “Mission Impossible” e “8 Women”.
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