A interpretar uma das personagens da série "Sempre", destaca a importância de celebrar a data quando se cumprem 50 anos sobre a revolução. Estreia marcada para junho, na RTP1.
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No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, Gabriela Barros acaba de gravar a série "Sempre", que tem estreia marcada para junho, na RTP1, e conta histórias de vidas anónimas em seis episódios. Catarina, interpretada pela atriz, é uma dessas pessoas. Está grávida, é operacional do Partido Comunista Português e tem o marido preso.
"É uma altura muito desafiante. Para mim, é fantástico fazer parte desta comemoração. É um ano importante. E de tanto ouvirmos falar, dos nossos pais, dos nossos avós, de como foi este dia, estar aqui a retratá-lo é um privilégio. Estou muito feliz", diz Gabriela Barros ao JN, à margem das recentes gravações junto ao Quartel do Carmo, em Lisboa, um dos cenários históricos da revolução dos cravos e que ali juntou centenas de militares que celebraram o triunfo sobre a ditadura com o povo.
"Força coletiva"
"O 25 de Abril cruza-se com muitas histórias que já ouvi, de familiares, de colegas. Neste processo criativo, foi engraçado, e trágico ao mesmo tempo, descobrir que há tantas histórias próximas de muitos colegas, que foram presos, alguns torturados. Foi curioso descobrir que não é uma realidade nada distante de mim e continua a ser importantíssimo retratar e falar", acrescenta a artista.
Antes de gravar a série, Gabriela Barros já tinha trabalhado na segunda temporada de "A espia", outro documento de época. "Adoro séries de época. Esta em particular, porque é nossa e é tão recente", nota.
Na trama realizada por Manuel Pureza, "Catarina" está na clandestinidade. "Houve uma força coletiva que trabalhou na clandestinidade para ver este dia a acontecer. Houve esforços coletivos e individuais que foram necessários na altura para travar a ditadura", realça.
Sobre a sua personagem, a atriz afirma tratar-se de uma operacional do partido, na clandestinidade: "Tenho o meu marido preso, por ter escrito um artigo de jornal, a personagem está grávida de sete meses e venho ao Largo do Carmo, em Lisboa, um pouco como toda a gente, saber exatamente o que está a acontecer nesta manhã. Ouvi o anúncio na rádio e vim aqui ter com os meus camaradas".