O músico Conan Osíris, representante de Portugal na Eurovisão 2019, usou o Instagram para denunciar falta de proteção, manipulação e dificuldades contratuais durante a sua participação no concurso em Tel Aviv, na sequência da vitória no Festival da Canção.
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Ainda na ressaca do festival da Eurovisão 2025, que se realizou em Basileia e terminou com a vitória do austríaco JJ, continuam a surgir polémicas em torno do evento. Desta vez, foi Conan Osíris, representante de Portugal em 2019, quem recorreu às redes sociais para denunciar a forma como foi tratado durante a sua participação, há seis anos, em Tel Aviv, Israel.
Num desabafo emotivo publicado esta segunda-feira no Instagram, o músico partilhou a sua visão sobre o impacto que o festival teve na sua vida pessoal e artística. “Adeus ao Festival da Canção e, em especial, Festival Eurovisão da Canção”, começou por escrever, antes de relatar aquilo que considera um período marcado por abandono, vigilância e contratos que o deixaram sem saída.
“Lamento por não me terem protegido a mim, nem à minha ignorância (ou inocência) na altura”, escreveu. Conan Osíris fala de manipulação, de situações forjadas e de sentir-se alvo de investigações. Lamenta ainda que, passados anos, “continuem sem proteger aqueles que mais precisam”, sobretudo em momentos de maior fragilidade.
O artista lamenta também que, mesmo passados anos, “continuem sem proteger aqueles que mais precisam agora, precisamente quando mais necessitam”. Mais adiante no texto, refere: “Lamento que vejam a singularidade apenas como uma ficha de troca por virtude, enquanto continuam a beneficiar do terror.”
Também não poupa a rede social onde publicou o desabafo: “Escrever isto aqui, neste espaço, faz-me sentir como se estivesse a viver uma síndrome de Estocolmo — isto que foi, em tempos, o meu diário e o meu porto seguro. Agora é um terreno baldio”.
No final, deixou uma palavra de carinho para quem partilhou momentos com ele nessa altura e foi claro ao dizer: “Não responderei a mais nenhuma pergunta”.
Apesar da distância assumida em relação ao universo eurovisivo, Conan Osíris mantém-se ativo na música. É dele a participação especial em “Símia Kodjê” (que se traduz como “Semeia Colhe”), do álbum de Scúru Fitchádu, Griots i Riots, lançado esta segunda-feira.
A faixa, composta em colaboração entre ambos, junta a poética melódica de Conan ao universo visceral de Marcus Veiga, num encontro onde o funaná punk se funde com improviso, ritual e caos. A capa do single, com fotografia de Vera Palminha, foi assinada por Conan Osíris, e a canção encerra uma trilogia que antecipa o álbum, apresentado ao vivo no Lux Frágil, em Lisboa, no dia 22. A digressão inclui ainda paragens no Porto, Braga, Leiria e França, entre outras datas já confirmadas.