A cantora Ivete Sangalo, que foi uma das primeiras a escolher a criopreservação, e a atriz Cláudia Raia são apenas dois exemplos entre muitos. Por cá, a apresentadora Carina Caldeira usou o método quando tinha 35 anos.
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O sonho da maternidade pode ser adiado por decisão pessoal ou, até, por motivos profissionais através do congelamento de óvulos (criopreservação). Dezenas de famosas brasileiras estão a tomar essa opção e sucedem-se os casos de celebridades que decidiram congelar os óvulos para serem mães mais tarde.
Um dos exemplos mais recentes teve eco no Carnaval: a atriz Carla Diaz, conhecida pela participação em "O Clone", "Chiquititas", "Mutantes" ou "A Força do Querer", recusou ser a rainha da bateria de uma escola de samba de São Paulo por estar concentrada no processo. "Acabei de fazer o congelamento [de ovócitos]. Estou na faixa etária mais recomendada. O meu sonho é ser mãe", disse a atriz, de 33 anos, ao programa "Gshow".
A criopreservação significa conservação de ovócitos pelo frio. Os ovócitos são mantidos a uma temperatura muito baixa (cerca de 200 graus centígrados) em azoto líquido. Quando a gravidez é desejada, os óvulos são descongelados e usados em fertilização in vitro, sendo depois os embriões implantados no útero da mulher.
Além de Carla Diaz, também a cantora e vencedora do "Big Brother Brasil" Juliette Feitosa anunciou decisão idêntica. A também influenciadora digital partilhou, há duas semanas, nas redes sociais, que começou a tomar "vitaminas", a que se seguem "exames". E, "se tudo correr bem", começa, entretanto, a "receber injeções para depois colher os óvulos".
Ivete Sangalo foi uma das primeiras
Uma das primeiras famosas a avançar no Brasil com a criopreservação foi a cantora Ivete Sangalo, que engravidou por meio da fertilização in vitro aos 45 anos, utilizando os óvulos congelados aos 42. "Passei por alguns processos de separação de óvulos e gerei embriões com o meu marido. Congelámos os embriões para que, no momento, que eu quisesse implantar, estivesse tudo certo. É um caminho árduo", relatou Ivete, mãe das gémeas Helena e Marina, com cinco anos, e de Marcelo, de 15, à imprensa brasileira.
Outro caso é o de Cláudia Raia, que voltou a ser mãe aos 55 anos, depois de ter congelado ovócitos aos 48 anos. A atriz tem três filhos, dois do ator Edson Celulari, e Luca, de um ano, do atual companheiro.
A artista Paolla Oliveira, de 41 anos, disse em janeiro à revista "Vogue Brasil" que, para já, não quer ter filhos e que avançou com o mesmo procedimento. "A maternidade faz parte do meu futuro. Fiz o congelamento de óvulos porque eu gostaria de ter essa escolha e essa possibilidade".
Igualmente a atriz Fernanda Paes Leme congelou os seus óvulos e abordou o tema em 2021 nas redes sociais, considerando: "Filhos não se cobra. Gravidez não se cobra!".
Mas no Brasil há mais: as atrizes Natália Lage, Mariana Ximenes, Nanda Costa, Nataly Mega, Nicole Bahls, a apresentadora Mariana Goldfarb, bem as cantoras Ana Carolina e Paula Fernandes são os outros exemplos.
Opção custa no mínimo 2600 euros em Portugal
Juliette Feitosa resumiu aquilo que muitas mulheres um pouco por todo o mundo poderão pensar: "É muito bom o poder de escolha". O congelamento dos óvulos pode tirar pressão das mulheres em serem mães, assim como possibilita um planeamento do futuro.
Em Portugal, a apresentadora do "Glitter Show", Carina Caldeira, agora mãe de Constança e Francisco, decidiu, em 2018, adiar o sonho da maternidade e, segundo a revista "Caras", congelou os óvulos quando tinha 35 anos.
No entanto, nem sempre é possível a muitas mulheres cumprirem este objetivo. A antiga atriz de "Morangos com Açúcar" e hoje empresária Vanessa Martins deu início ao congelamento dos óvulos por estar a pensar em engravidar mais tarde, mas o processo não avançou por os seus ovócitos "não terem qualidade suficiente". Em novembro do ano passado, a também influenciadora digital afirmou que queria "viver a liberdade de poder ser mãe mais tarde", mas ainda não foi possível. "Só significa que por esse caminho não dá para mim", confessou.
O custo da congelação de óvulos tem, em Portugal, o preço mínimo de 2600 euros, incluindo os estudos preliminares e todas as etapas do processo de vitrificação.