Ator espanhol denuncia genocídio em Gaza e pede humanidade em direto na televisão americana. Javier Bardem é interrompido por publicidade, gerando polémica nas redes.
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Durante a sua participação no programa norte-americano "The View", o ator espanhol Javier Bardem fez um apelo emocionado por “humanidade” ao falar sobre o conflito em Gaza.
No entanto, foi abruptamente interrompido pela emissão de um intervalo publicitário, numa transmissão ao vivo que gerou surpresa e controvérsia, sobretudo pelo teor crítico da sua declaração.
Nos primeiros minutos da entrevista, Bardem promovia o seu novo filme, "F1 – O Filme", no qual contracena com Brad Pitt. Falou com admiração do colega, elogiando a sua dedicação durante as filmagens.
O ator também partilhou uma curiosa ligação com o mundo da música, recordando um concerto de Bruce Springsteen onde chegou a conviver com Bono.
Quando a apresentadora lembrou que ele é “muito ativista”, Bardem aproveitou para abordar a crise humanitária em Gaza. Com voz emocionada, falou sobre as milhares de vítimas civis, especialmente crianças: “Não posso exprimir a tristeza que sinto, juntamente com milhões de pessoas, ao ver imagens terríveis de crianças a serem assassinadas e a morrer de fome, o bloqueio ao acesso a medicamentos, água e comida. Crianças foram amputadas sem anestesia. Ontem, 25 pessoas morreram ao tentar procurar ajuda humanitária".
O ator citou relatórios de organizações de direitos humanos e especialistas em direito internacional, incluindo a Amnistia Internacional, que classificam a situação como genocídio. “Se me perguntares se é um genocídio, digo que sim. A impunidade com que Israel está a agir, com o apoio dos Estados Unidos e o silêncio da Europa, é preocupante.”
Ao tentar concluir o seu apelo, afirmando que “o mais importante é não perder a humanidade e denunciar quando for preciso”, a transmissão foi abruptamente interrompida por um intervalo publicitário.
O corte gerou perplexidade na audiência, que aplaudia de pé, e coincidiu com o momento mais crítico da intervenção. A cadeia, conhecida por estar alinhada ideologicamente com Donald Trump, foi acusada de censura nas redes sociais.
Confrontada com as críticas, a estação justificou-se dizendo que o espaço “já estava previsto” e que “o tempo de antena tinha sido ultrapassado”.
Na mesma noite, na antestreia mundial de "F1 – O Filme", Bardem voltou a manifestar-se com veemência sobre Gaza, usando um pin com a palavra “Palestina”.
Em declarações à revista "Variety", insistiu num cessar-fogo urgente e pediu aos governos europeus que cortem relações com Israel, manifestando apoio às populações afetadas.
Desde o início do conflito, várias celebridades de Hollywood, como Mark Ruffalo, Joaquin Phoenix e Pedro Pascal, têm manifestado publicamente apelos em defesa da paz e de um cessar-fogo imediato.
"F1 – O Filme" conta a história de Sonny Hayes (Brad Pitt), um ex-piloto de Fórmula 1 que volta à ação para treinar um jovem talento. Javier Bardem integra o elenco principal, numa produção realizada por Joseph Kosinski, conhecido por "Top Gun: Maverick".