Advogado Pedro Proença revelou ao JN que os familiares de Marco Paulo aguardam "que a Conservatória dos Registos Centrais emita uma certidão com informação sobre os testamentos". Parentes estranham os 10% de herança deixados a bombeiro de Braga, e irmão do artista diz que, "se foi assim, ele foi um ingrato".
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Marco Paulo morreu a 24 de outubro, aos 79 anos, deixando a herança ao afilhado Marco António (Marquinho), ao compadre António Coelho (Toni) e ao bombeiro de Braga Eduardo Ferreira (Dudu), que conheceu em 2021.
O artista não contemplou a família, que agora procura um eventual terceiro "testamento oculto", que possa ter sido celebrado por Marco Paulo depois do de 2023, no qual deixou 45% a Toni, 45% Marquinho e 10% a Dudu.
Mandatado pelos familiares do cantor, o advogado Pedro Proença revelou ao JN que aguardam "que a Conservatória dos Registos Centrais emita uma certidão com informação sobre os testamentos, para verificar se o de 2023 é mesmo o último".
"Só depois disso teremos a certeza sobre quem são os herdeiros" de Marco Paulo, isto é, "se são os já conhecidos, ou se há mais algum". Pedro Proença salientou ainda outra questão, mais subjetiva, mas não menos importante juridicamente: "O estado de espírito de Marco Paulo no testamento de 2023", quando "a doença já se encontrava numa fase muito adiantada", e "a família que tem a perceção que fez o testamento já debaixo de um estado emocional muito condicionado".
Irmão indignado
O que mais surpreendeu os parentes foi "alguém que criou um ascendente tal que foi contemplado com 10% da herança", no caso, o bombeiro de Braga.
Ernesto Simão, um dos irmãos do artista, de 83 anos, manifestou-se indignado com o testamento. "Se assim é, foi um ingrato", confessou à "Nova Gente". Soube da morte do irmão no dia do funeral, pois está internado desde 19 de outubro.
No entanto, garantiu à revista que Marco Paulo não foi abandonado: "A família toda esteve com ele até ao último minuto da sua vida, só não fez por ele o que não pôde".