
Dinis e Duarte, filhos de Diogo Jota, entram no relvado de Anfield com Virgil van Dijk, antes do Liverpool-Wolverhampton, em homenagem ao pai
Foto: Oli SCarfoso/AFP
Dinis e Duarte, filhos de Diogo Jota e de Rute Cardoso, participaram no protocolo inicial do Liverpool-Wolves, acompanhando Virgil van Dijk na apresentação das equipas. Foi o primeiro duelo entre os dois clubes que o internacional português representou em Inglaterra desde a sua morte.
Anfield viveu, esta tarde, minutos que dispensaram palavras. Antes de a bola rolar, o estádio concentrou atenções num gesto simples, mas carregado de significado, que marcou o início do encontro entre o Liverpool e o Wolverhampton Wanderers, da 18.ª jornada da Premier League.
Dinis e Duarte, os filhos mais velhos de Diogo Jota, subiram ao relvado integrados no protocolo oficial da partida. As crianças acompanharam Virgil van Dijk, capitão dos "reds", durante a apresentação das equipas, sob o olhar atento de um estádio em silêncio respeitoso.
Duarte e Dinis pisaram o relvado onde o pai tantas vezes brilhou e continua a ser lembrado (Foto: Adam Vaughan/EPA)
O momento foi acompanhado das bancadas por Rute Cardoso, que assistiu à homenagem feita ao marido numa atmosfera de emoção contida. Em redor, surgiram cartazes erguidos pelos adeptos, enquanto Anfield assumia um tom mais recolhido do que o habitual, deixando que a memória ocupasse o centro do palco.
Rute Cardoso emocionada (Foto: Oli Scarff/AFP)
O reencontro dos dois clubes de Jota
O simbolismo da tarde foi reforçado pelo facto de este ser o primeiro confronto entre Liverpool e Wolves desde a morte de Diogo Jota. Os dois clubes representam capítulos fundamentais da carreira do avançado português em Inglaterra, marcada pela afirmação no primeiro e pela consagração em Anfield.
Jota morreu no dia 3 de julho, num acidente de viação, no qual perdeu também a vida o irmão, André Silva. A notícia abalou o futebol português e inglês, unindo adeptos, clubes e jogadores numa homenagem transversal que se tem prolongado ao longo da temporada.
Leia também Pinto da Costa, Diogo Jota, Jorge Costa: o lado negro de 2025 no desporto
Mais do que um simples protocolo, a entrada de Dinis e Duarte no relvado fixou uma imagem difícil de esquecer. Em poucos minutos, Anfield suspendeu o ruído habitual do futebol e transformou o início do jogo num espaço de memória partilhada, onde o passado recente se impôs ao presente competitivo.
A homenagem prolongou-se nas bancadas. Tal como tem acontecido desde a morte do avançado português, os adeptos do Liverpool voltaram a entoar o nome de Diogo Jota ao minuto 20, número que o jogador envergava na camisola, num gesto que se tornou ritual e expressão contínua de respeito.
O tributo nas bancadas (Foto: Oli Scarff/AFP)
Também o Wolverhampton Wanderers associou-se à evocação do antigo jogador. Antes do encontro, representantes do clube, entre eles o treinador Rob Edwards e o guarda-redes português José Sá, depositaram flores junto ao memorial instalado no exterior do estádio, sublinhando a ligação que Jota manteve aos dois emblemas ingleses que marcaram o seu percurso.
O jogo ainda decorre, mas, independentemente do resultado, ficará inevitavelmente marcado pelo seu simbolismo. Não apenas por reunir Liverpool e Wolverhampton pela primeira vez desde a tragédia, mas por devolver ao relvado de Anfield a presença da família de um jogador que ali deixou golos, títulos e uma ligação profunda aos adeptos. Uma memória que, para muitos, continua bem viva.

