Resultados preliminares da autópsia não determinaram a forma como Gene Hackman e a mulher morreram na sua casa, mas excluíram a hipótese de terem morrido por envenenamento com monóxido de carbono.
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O estado dos corpos encontrados na quarta-feira indicava que as mortes ocorreram pelo menos vários dias antes e que não havia sinais de violência.
Numa conferência de imprensa, o xerife do condado de Santa Fé, Adan Mendoza, disse na sexta-feira que o exame inicial efetuado pelo médico legista não revelou qualquer sinal de monóxido de carbono, um gás incolor e inodoro produzido por aparelhos de cozinha e outros artigos que queimam combustível. Quando se acumula em casas mal ventiladas, pode ser fatal.
O responsável disse ainda que um exame ao pacemaker de Hackman, de 95 anos, revelou que este deixou de funcionar a 17 de fevereiro, o que significa que pode ter morrido nove dias antes.
O corpo de Hackman foi encontrado numa entrada, enquanto o da mulher, Betsy Arakawa, 65 anos, estava numa casa de banho, estava de lado e um aquecedor estava perto da sua cabeça. Havia também um frasco aberto de medicamentos e comprimidos espalhados numa bancada. Só se saberá se os comprimidos ou outras drogas foram um fator determinante quando os testes toxicológicos estiverem concluídos, nas próximas semanas.
Philip Keen, médico legista aposentado do condado de Maricopa, no Arizona, disse que seria improvável que uma pessoa que inicialmente testasse negativo para o monóxido de carbono fosse mais tarde envenenada por ele.
O momento em que um pacemaker deixa de funcionar pode marcar a morte de uma pessoa, mas nem sempre. “Se o coração necessitar de um pacemaker, haverá certamente uma interrupção nesse momento - e poderá ser a marca de quando a morte ocorreu”, disse Keen, acrescentando que “não é necessariamente porque algumas pessoas recebem um pacemaker para aumentar as coisas, não necessariamente substituir as coisas.”
As autoridades planearam passar a pente fino os telefones e as agendas mensais do casal e contactar familiares, vizinhos e trabalhadores do condomínio fechado para descobrir a última vez que alguém viu ou falou com Hackman ou Arakawa. O casal era uma “família muito reservada”, disse Mendoza, o que torna difícil a tarefa de reconstituir uma cronologia.
Ator premiado
Hackman, de 95 anos, foi nomeado cinco vezes para os Óscares, protagonizou dezenas de filmes e é um dos artistas mais respeitados e homenageados da indústria. O ator venceu um Óscar para Melhor Ator com o filme "Os Incorruptíveis Contra a Droga" em 1972 e outro como Melhor Ator Secundário em "Os Imperdoáveis", em 1993. Entrou também em filmes como "Bonnie and Clyde" e "Super Homem", no final da década de 1970 e 1980, onde ficou conhecido pela sua interpretação como Lex Luthor.
Hackman desempenhou uma variedade de papéis, aparecendo em filmes de ação, thrillers e até mesmo num papel cómico em "O Jovem Frankenstein". Para além das presenças em cerimónias de entrega de prémios, raramente era visto no circuito social de Hollywood.