O ator francês Gérard Depardieu, acusado de agressão e violência sexual por duas mulheres, em 2021, reconheceu, esta quinta-feira, em tribunal, ter usado uma linguagem "vulgar" e "rude", mas rejeitou que o seu comportamento tivesse cariz sexual.
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Depardieu testemunhou esta quarta-feira em Paris, França, acerca das acusações de agressão e violência sexual por duas mulheres - uma cenógrafa, de 54 anos, e uma assistente de realização, de 34 anos - durante as gravações do filme "Persianas verdes", do realizador Jean Becker, em 2021.
O ator, de 76 anos, admitiu que adotou uma linguagem "vulgar" e "rude", que já não é considerada aceitável, mas negou que o seu comportamento fosse de cariz sexual. "Não me sinto muito à vontade com esta nova sociedade... Acho que o meu tempo acabou", disse, citado pela "BBC".
Desde segunda-feira, dia em que o julgamento arrancou, que o advogado de Depardieu, Jérémie Assous, tem travado uma defesa agressiva contra as duas queixosas. O representante chegou a acusar uma das advogadas, Carine Durrieu-Diebolt, de tentar "criar citações" sobre o caso que possam ganhar destaque na imprensa, depois de Depardieu ter insinuado que uma mão na nádega não constitui agressão sexual.
Se for condenado, o protagonista de "Astérix & Obélix" arrisca uma pena de cinco de prisão, além do pagamento de 75 mil euros de indemnização. O julgamento deverá terminar esta quinta-feira.
Ao longo da sua carreira, Gérard Depardieu foi acusado de comportamento impróprio por cerca de 20 mulheres, mas vários processos foram arquivados devido ao prazo de prescrição. A atriz francesa Charlotte Arnould foi a primeira a apresentar queixa-crime contra a estrela de Hollywood, em 2018.